Dr. Francisco Simões de Lima
Há exatos 12 anos, dava seu último suspiro Francisco Simões de Lima, Chico de Louro, Chico Simiola, Francisco, Dr. Simões... Com certeza, onde estiver este homem que venceu todos os desafios que a vida lhe impôs, desde o nascimento em uma pequena cidade de Pernambuco, Calumbi, sua terra natal, uma infância pobre e humilde, saiu de sua cidade em busca de um sonho que era a medicina, sendo o primeiro de sua cidade a realizar tal feito. Foi xepeiro na Casa do Estudante, morou em pensão, dividia seu quarto com o irmão e o primo, para no futuro salvar vidas. Retornou da Capital, Recife, para o interior da Bahia, Paulo Afonso, para ficar perto dos seus pais e voltar ao seu Sertão.
No final da década de 70, começou seu périplo pela região, atendendo na Volta do Moxotó, entrou na política e fez bonito, como muitos ainda dizem, na velha Petrolândia, que ainda hoje deixa marcas em nossas lembranças. Era tido como "forasteiro", porém amou esta terra e as pessoas que aqui vivem. Se doou de corpo, alma e coração a servir a este povo que não era seu, porém ele soube amar e cativar a todos à sua volta, se tornando um filho ilustre. Sempre digo que não escolhemos onde nascemos, porém escolhemos onde vamos passar o resto de nossas vidas. Ali nascia um líder, - por que não dizer? - um mito. Respeitado onde quer que fosse e chegasse, enfrentou muitas batalhas ao longo da vida, porém jamais esquecendo o juramento que fez de "salvar vidas", e assim o fez ao longo de sua dura caminhada.
Pai de muitos que aqui ainda estão e de tantos outros que já se foram... A sua palavra era certeira e ficará cravada em todos nós! Dizem que "o tempo é senhor da razão" e "que tudo cura", esta ferida aberta há de cicatrizar algum dia, talvez para alguns até já tenha sido. Porém, para aqueles verdadeiros amigos que ele construiu ao longo de uma vida, sempre ficará aberta, porém não é uma ferida ruim, na verdade são recordações de momentos vividos, bons e ruins, que ao longo dessa caminhada fortaleceu os laços de carinho, respeito e admiração. O pai, o filho, o esposo, o irmão, o sobrinho, o sogro ou, pura e simplesmente, o amigo, ainda hoje sentem a sua ausência, meu querido pai.
Momentos importantes da vida você não pode acompanhar, na política, na medicina, ou na nossas vidas, não pôde ver alguns dos seus netos, em especial os meus filhos. Fico imaginando como seria se você estivesse aqui e pudesse ensinar aos meus filhos Luis Eduardo e Pedro Miguel o que me ensinou. Eles carregam o seu sangue, são um pedaço que o senhor não pode ver na terra, porém sei que de onde estiver acompanha e acompanhará os passos deles, que um dia foram seus. Sentimos a sua falta, não apenas como Líder, como mourão, sentimos sua falta de conversar, de simplesmente lhe ver, queria apenas poder lhe ver e que visse meus filhos, sempre existirá um pergunta sem resposta para mim. Porém você deixou muito para gerações futuras que aqui estão nesse pedaço de chão, que se tornou "seu", esta terra abençoada que tão bem nos acolheu, que fez todos nós se encantar até hoje. Nossa família hoje sente isso ao ver cada rosto desse povo que foi, é e sempre será seu, pois o amor que você tinha por eles não se acaba em uma vida, será SEMPRE eterno.
O "Sangue de Leão" não pôde vencer a sua mais dura batalha, tombou na Terra para partir para Eternidade. Deixou em nossa memória e em nossos corações os momentos que vivemos juntos. Sua ausência não estava no "script" da nossa vida, porém temos de continuar a vida, com as dificuldades que ela nos coloca e procurando em suas palavras ditas, ao longo de sua vida, tirando os ensinamentos para enfrentar os desafios que estão adiante. Descanse em paz, meu guerreiro, meu herói, meu líder... Meu pai!
Lourival Simões