Representantes da Codevasf, Plena e do STR-Petrolândia conversaram com os agricultores (Fotos: Assis Ramalho)
Produtores da Agrovila 04 da Reta ocuparam o Escritório da Codevasf no Projeto Apolônio Sales, em Petrolândia
Os produtores residentes na localidade reclamam que a bomba da Estação de Bombeamento que abastece suas propriedades está operando em situação precária e durante apenas duas horas por dia. Segundo eles, esse tempo é insuficiente para suprir a demanda hídrica dos lotes.
Em conversa com a reportagem do Blog de Assis Ramalho e da Web Rádio Petrolândia, o agricultor Cicero desabafou, dizendo que parte da culpa da falta de água em seu lote é dos agricultores que usam a água clandestinamente.
''A situação nossa é crítica, a gente sabe que a água é pouca, mas o que está existindo é um problema muito grave, que é uma quantidade de bombas de trabalhadores clandestinos que estão puxando muita água, e quando é ligada a bomba que manda água para os nossos plantios a água não chega, porque já foi usada pelos clandestinos. A gente não quer impedir que os clandestinos usem a água, e sim que eles usem em horários diferentes ao nosso. Mas parece que eles são blindados, não sei por quem'', desabafou seu Cícero, que acrescentou estar com suas plantações se perdendo por falta d'água.
O produtor Jádson aponta que a falta de limpeza (desassoreamento) no canal contribui para o problema. ''Todos têm outorga da água, mas o que acontece é que o canal está muito sujo, e é preciso que todos se unam em prol de uma solução. Tem local no canal que está com apenas quatro palmos de água, tudo isso porque o canal está totalmente sujo, sem nenhuma limpeza''.
Já o agricultor Edmilson, conhecido popularmente por Coco, disse que o limite de paciência com a Chesf e Codevasf chegou ao fim.
''Nossa paciência chegou à cota zero, porque não temos condições de trabalhar com apenas duas horas de água por dia. Estamos praticamente com todas as plantações perdidas, e se essa decisão de Brasília não chegar, a gente vai ligar a bomba de qualquer maneira, porque sem água é que nós não podemos ficar'', desabafou o agricultor.
Dr. Sérgio Carvalho, gerente executivo da Plena Consultoria, empresa terceirizada da Codevasf, disse que espera por uma decisão, vinda de Brasília, ainda hoje.
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''Nós já mandamos diversas advertências ao superintendente da Codevasf, alertando sobre o problema, e para que atenda a demanda de todos os produtores. Nós já recebemos ligação de que ainda hoje a gente possa ter essa resposta vinda lá de Brasília. Sei que todos estão apreensivos, mas a gente está fazendo um esforço muito grande para atender a demanda de todos, para que não tenham prejuízos em suas plantações'', disse.
De acordo com o fiscal de contrato de operação e manutenção dos perímetros irrigados do Projeto, Fabrício Marques Rodrigues, diretores de irrigação participaram de reunião com o presidente da Codevasf, Felipe Mendes, nesta quinta-feira em Brasília-DF, para propor melhorias para os irrigantes. ''Estamos aqui, esperando pelo final dessa reunião, que está acontecendo hoje em Brasília, para passar as informações a todos os produtores dessas agrovilas que estão passando por grandes dificuldades'', afirmou o fiscal, que ainda disse reconhecer a situação difícil dos agricultores.
Até o fechamento desta reportagem ainda era aguardado o resultado da reunião na Capital Federal.
Ver fotos, clique>Usuários de perímetro irrigado reclamam de falta d'água nos lotes
Redação do Blog de Assis Ramalho