Vereador Aécio Lima entrevistado por Assis Ramalho
(Foto: Assessoria da Câmara de Tacaratu)
Na última quarta-feira (26), a reportagem do Blog de Assis Ramalho e Web Rádio Petrolândia esteve em Tacaratu, onde foi realizada conturbada sessão extraordinária da Câmara Municipal, com a presença do Movimento A Força é do Povo. Após a reunião, conversamos com o presidente da Casa Legislativa, Aécio Lima. Na entrevista, o vereador revela seu desejo de se tornar prefeito de Tacaratu e comenta as acusações de que estaria dificultando a aprovação de projetos de interesse do Executivo, a quem faz oposição. Confira a entrevista abaixo.
Assis Ramalho: Aécio, primeiramente quero lhe agradecer por receber a reportagem do Blog de Assis Ramalho e Web Rádio Petrolândia, e gostaria que você fizesse um resumo dessa longa reunião extraordinária, onde foram debatidos vários assuntos pertinentes ao município de Tacaratu.
Aécio Lima: Primeiramente, eu gostaria de lhe agradecer por sua presença ilustre aqui nesta reunião, onde veio fazer a reportagem para o seu Blog e para a Web Rádio Petrolândia, e dizer que estou aqui para esclarecer as coisas que acontecem no nosso município. Em todos os municípios existem fofocas de um lado, de outro, e normalmente (o que se diz) não é o que acontece na realidade. O partido da situação fez uma manifestação, alegando, dizendo que os vereadores da oposição não estavam liberando os recursos necessários para o andamento do município. Mas não era isso que estava acontecendo. Eu solicitei um balancete de despesas e receitas do município, fiz todas as contas de quanto mensalmente é gastado em cada faixa funcional do município, e fiz um cálculo que fosse o suficiente para o município se manter por dois meses. Por que fizemos isso, Assis? Fizemos no intuito de melhorar a qualidade de vida dos munícipes de Tacaratu, porque com isso vamos controlar o gasto do dinheiro e destinar o dinheiro para que seja empregado onde exista uma maior necessidade. Nós reivindicamos algumas coisas como, por exemplo, o Estatuto dos Servidores Municipais, a reforma do matadouro, o plano de cargos e carreira dos profissionais da Educação, plano de cargos e carreira dos servidores públicos do município, e nós não fomos atendidos com nada. Então, no nosso pensamento, nós estamos com essas suplementações na palma da mão, dando o que realmente o município precisa, porque estamos reividicando esse direito que cabe à população. Então, é só isso a preocupação dos vereadores da oposição. Ninguém está aqui prejudicando o município. Nem eu sou capaz disso nem nenhum dos nossos vereadores são capazes de prejudicar o andamento do município, nem o andamento dos trabalhos da Prefeitura. O que queremos é ter o conhecimento de tudo, para que o dinheiro público seja melhor empregado.
Assis Ramalho: Durante a reunião, houve acusação por parte dos vereadores e secretários do governo de que, por exemplo, o transporte do TFD (Tratamento Fora de Domicílio), por falta de recursos, não estaria atendendo os pacientes e que o motivo seria vocês, da oposição, que estariam emperrando a liberação dos recursos. O que o presidente da Câmara tem a dizer sobre isso?
Aécio Lima: Como você estava presente aqui na Sessão, você pode visualizar, pode ouvir eu falando ficha por ficha da suplementação. Eu pegava o código da ficha, ia lá na suplementação, via quanto tinha (em dinheiro), para dar para usar por um mês, dois meses. Então não foi nada disso. Não faltou nenhum recurso para o TFD (Tratamento Fora do Domicílio), nenhum recurso para a gasolina, ou seja, não faltou nenhum recurso dos que os representantes do Poder Executivo, secretários do governo ou manifestantes (presentes à reunião) que foram convocados pelos secretários, falaram. Isso porque eu não tenho nenhum interesse de querer prejudicar o povo do meu lugar. Eu sou um veredor eleito pelo povo, para trabalhar em prol do povo e jamais faria isso.
Assis Ramalho: Durante a reunião, houve acusação de que a Prefeitura estava em atraso com servidores, e que também a culpa seria dos vereadores da oposição. Também gostaria que o presidente falasse sobre sua proposta de melhoras para os servidores concursados, que têm mais de vinte anos de serviços prestados.
Aécio Lima: Assis, eu sou um vereador que sempre procuro defender o direito do povo, e esse foi o meu
slogan de todas as campanhas em que participei. Então, não é justo um servidor municipal que tem vinte, vinte e cinco anos de prefeitura, ganhar um salário mínimo, e não ter mais direito a nada, como por exemplo um plano de cargos e carreira. Então, com isso, o mesmo direito que ele (o concursado) tem é o mesmo direito que tem um recém-contratado, que foi contratado só por conta de uma questão de votos, por exemplo. Existem contratados que é para trabalhar, mas existe contratado que está recebendo o pagamento por ter arrumado tantos votos, e existem pessoas que são contratados e que nem trabalham, e recebem um salário mínimo. Enquanto isso, esses funcionários que têm vinte anos de serviços no Município, recebem o mesmo salário. Então, eu reivindico, junto com os meus vereadores, o Instituto do Servidor Municipal, para que dentro do Instituto a gente possa elaborar o Plano de Cargos e Carreira dos concursados. E sobre essa questão de que a prefeitura não pagou os contratados porque a Câmara só liberou o dinheiro para pagar os concursados, isso é uma mentira, é um absurdo, porque não existiu nada disso, e isso foi comprovado aqui na Sessão. Foi lido o balancete das despesas, e o saldo existia para fazer o pagamento. Se o prefeito não pagou - porque eu não sei se ele pagou ou se não pagou - aí é problema dele.
Assis Ramalho: Também, durante a reunião, você prometeu entrar com uma ação de improbidade administrativa contra o gestor José Gerson. Por quê?
Aécio Lima: Porque foi de autorização dele, com certeza, que a secretária (de Educação) autorizou as diretorias a liberarem os alunos das escolas para vir (à Sessão da Câmara) fazer manifestação, e os professores contratados, que iriam dar aula, muitos deles estavam presentes aqui na Casa Legislativa. Então, liberaram os alunos, os alunos não vieram, mas os professores fizeram presença e com isso houve o prejuízo do dia letivo do aluno. Então, eu vou procurar o Ministério Público e vou entrar com uma ação contra o representante do Poder Executivo e contra a secretária de Educação do Município.
Assis Ramalho: Você foi muito firme quando disse que tem conhecimento de tudo que acontece no município de Tacaratu. O presidente tem mesmo todo esse conhecimento?
Aécio Lima: Assis, eu sou formado em Engenharia Civil, e tenho conhecimento do que acontece em obras. Eu sei de todos os processos, e não sou nenhum inocente, pois sei o que é que acontece em contratos licitatórios.
Assis Ramalho: Também durante a reunião você falou do seu carinho, do seu amor por Tacaratu.
Aécio Lima: Assis, eu não sei se você prestou atenção, mas eu até me emocionei umas duas vezes, enchi os olhos de lágrimas, quis até chorar; Até agora, que eu estou falando com você, estou com os olhos cheios de lágrimas mais uma vez. Eu amo a minha terra, sou um defensor, acima de tudo, do meu lugar. Quero o bem da minha população e tenho um sonho de um dia poder ajudar essa população. Foi aqui que eu vivi toda a minha infância, é aqui que eu tenho os meus amigos, é aqui que eu me sinto bem. Como eu disse a você, sou engenheiro civil, me formei na Universidade, em Recife, há onze anos atrás, e na época eu recebi uma proposta de um emprego de R$ 10 mil. Na época era um bom salário, e mesmo assim eu decidi que não queria, porque lá eu não iria ter a paz de espírito, não iria ter a qualidade de vida como a que eu tenho aqui em Tacaratu. Então, eu abri mão do emprego para vir pra cá, entrar na vida política para defender os interesses do povo.
Assis Ramalho: Me surpreendeu quando você disse, durante a reunião, que teria recebido proposta para mudar de lado partidário. Você recebeu, realmente, proposta para mudar de lado? O que você quis dizer com aquela afirmação?
Aécio Lima: O que eu quis dizer é que pessoas já chegaram pra mim, perguntando o que era que eu queria para passar para o outro lado, para aliviar as coisas aqui dentro da Câmara, e eu cheguei e disse: Olha, eu sou um homem, sou filho de um homem, e me orgulho do que eu sou. Eu não sou esse tipo de pessoa que quer ficar rico às custas dos outros. Eu não vou receber propina de ninguém, para benefício de um ou de outro. Eu quero continuar o meu trabalho, trabalhando para o povo, porque eu fui eleito para isso.