Neste sábado, 19 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua.
Aos 12 anos, Fabiana Aparecido saiu de casa sem rumo certo. Os conflitos com a família levaram a jovem a buscar independência nas ruas. Dois anos depois, ainda adolescente, engravidou da primeira filha. Pouco depois, conheceu Heliovan Evangelista de Souza, com quem viria a ter mais seis filhos e três netos. Ao longo de 18 anos, eles dividiram as ruas de Brasília, percorrendo as Asas Norte e Sul ou buscando abrigo em bairros mais distantes do centro, como Taguatinga. “Cada dia era um lugar diferente”, conta Fabiana, que enfrentou diversas situações de violência e problemas com o uso abusivo de drogas.
Desde o último mês, a rotina marcada pela busca quase diária de apoio, comida e roupas no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), passou a ocupar um lugar na memória. A aproximação com organizações sociais e a possibilidade de integrar a equipe da Revista Traços, levou-a a buscar outra experiência de vida, fora das ruas. A Traços é um projeto que tem o objetivo debater a cultura produzida no Distrito Federal e que conta, em sua produção e distribuição, com o trabalho de 50 pessoas que vivem em situação de rua. Fabiana, Heliovan e a filha caçula, Tainá, estão na capa da nova edição da revista, que conta a história da família.
Neste sábado, 19 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua. Fabiana compunha a população de pouco mais de 100 mil pessoas que vivem em situação de rua, em todo o Brasil, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O número é uma estimativa baseada em dados do Censo do Sistema Único de Assistência Social (Censo Suas) de 2015, pois o Brasil não possui dados oficiais sobre esse segmento, o que contribui para ampliar a dificuldade de planejar e implementar políticas públicas para essa população.