''Sou natural de Pariconha, uma cidade pequena de Alagoas. A minha esposa há mais de quinze anos que já morava aqui e me casei em Petrolândia, na Igreja de São Francisco, e agora em dezembro vai fazer 17 anos. Após o casamento fiquei por aqui, conseguir transferir um concurso público da cidade de Pariconha para Petrolândia, por meio do saudoso Dr. Simões. Em 2003 fiz concurso público e fui aprovado, posteriormente fui chamado. Em 2007 fiz outro concurso do município, também fui aprovado e fui chamado - abandonei um há pouco tempo. Passei no concurso do Estado em 2008, e até então sou concursado no Estado e no Município e convivo aqui que é uma cidade que eu gosto, tenho muitos amigos, minhas filhas nasceram aqui e queremos o melhor para a nossa cidade, para os nossos alunos e o melhor para a nossa educação. Vivo aqui e é aqui que eu quero morrer, é aqui que eu quero terminar os meus dias, se Deus quiser.''
Politica no sangue
''A política já vem no meu DNA. Lá em Pariconha, na minha cidade natal, que na época ainda era Água Branca, nas campanhas políticas, em uma época, o grupo político de lá, comandado pelos Torres, eu passei um período de quase quatro meses sem ter como andar em um transporte escolar porque eu fazia oposição ao candidato que o grupo político de lá apoiava. Meu pai foi candidato a vereador duas vezes na cidade da gente, não conseguindo se eleger, perdeu uma delas por poucos votos, por causa da legenda. Então, a política é algo que eu já carrego na minha vida desde cedo, desde criança. Acredito que política tem que ser vocação, você tem que gostar, porque ela ocupa um espaço na sua vida muito grande. Mas eu gosto de política, gosto de povo, gosto do que eu faço e estou me sentido feliz por esse mandato que me deram por esses quatro anos.''
Visão que tinha antes e agora, depois de eleito vereador
''Eu já sabia mais ou menos como que era, como funcionava, mas a gente sempre tem algumas surpresas, e a surpresa maior que a gente tem é saber que o vereador não é tanto o que o povo acha que é, nem como o povo queria que fosse. É comum você ouvir na cidade 'vereador tal não faz nada, me mostre um projeto de tal vereador'. O povo pensa que temos o poder de um prefeito, e o vereador ele é um legislador. A parte de um vereador não é fazer um projeto e executar. Então, o papel de vereador é meio restrito. Se restringe à fiscalização, às proposições, às complementações, estar perto do povo, estar ouvindo ao povo, fiscalizando o gestor, enfim, estar apoiando o município para que ele cresça.''
Quanto pior melhor, não é verdade
''As pessoas costumam dizer que a oposição torce para o 'quanto pior melhor', mas eu não vejo isso na legislatura, onde os quatro vereadores da oposição da Câmara não têm esse pensamento. Quando o prefeito era Ricardo, a gente sentou com ele algumas vezes para conversar, para orientar, para aconselhar, para indicar, para fazer proposições, cobranças, fiscalização e a gente colocava para ele que estávamos à disposição para as coisas do bem da população do município''.
Vereadores são mais procurados pela população do que o prefeito e é preciso ter consciência na hora do voto.
''A quantidade de pessoas que chegam na Câmara procurando o vereador, para que o vereador faça coisas que não tem como fazer, é grande. Então, o vereador termina fazendo muitas coisas com recursos próprios, e já aconteceu em outras legislaturas onde o camarada paga para ser vereador, e aí é complicado. Mas, a Casa Legislativa é a casa do povo, eu tenho dito em discursos que o vereador é um servidor do povo e quem paga o salário dos vereadores, do prefeito - agora prefeita -, é o povo. São eles que pagam os nossos salários e querem que suas vidas sejam melhoradas. Tem pessoas que votam em um prefeito pensando em projetos, em indústrias, e tem pessoas que votam pensando em um emprego, que o vereador vai indicar um emprego, que o prefeito vai dar um emprego e esses últimos são os que mais se frustam. O ideal seria que o povo votasse no político escolhendo por sua capacidade, pelos anseios de melhorias da cidade para que, posteriormente, pudesse cobrar do determinado político. Mas, o lado do assistencialismo ele existe, é um vício antigo, um vício estadual, um vício federal e, principalmente, um vício municipal''.
Os seis meses de Ricardo, na visão do vereador
''Não gosto muito de falar em achismo, a gente precisa ter mais fundamentação nas coisas, mas, já que você pediu uma opinião, eu acho que a gente quando se candidata a uma eleição e quando o povo nos dá a honra de ter a quantidade de votos para se eleger, nos dá um mandato de quatro anos, seria importante que a gente findasse os quatro anos de mandato. Eu vi os seis meses do governo Ricardo como se faltasse alguma coisa, ou algumas coisas. Talvez o time formado por ele, algumas peças não corresponderam da maneira que a população queria. Eu poderia dar aqui um exemplo clássico desse time. Não é crítica, é uma constatação, que foi o Mercado Público. Foi colocado um senhor lá, um cara gente boa, mas aí ele fez mudanças radicais e acredito que tenha piorado a situação do Mercado. Eu também poderia dizer em relação a saúde, que sempre foi o calcanhar de Aquiles dos prefeitos. Mas, Ricardo também pegou a prefeitura, no caso o Hospital, com poucas ambulâncias. Nós, vereadores de oposição, estivemos algumas vezes lá, vistoriando, fazendo uma fiscalização e tinha poucas ambulâncias, onde nosso vereador Zé Pezão, que já foi motorista de ambulância aqui no município, e ele fez uma constatação que em outros governos tinham mais de vinte ambulâncias e agora nós (somente) temos entre seis a oito no município. Então, ele pegou a situação meio que complicada, mas ele deveria ter dado um trato mais específico em relação às prioridades. (Entre outras prioridades, o vereador destaca a não contratação dos bombeiros, que poderiam, segundo Evaldo, serem contratados, porque não iria dar abalo nenhum na folha salarial da prefeitura).
Na entrevista o vereador também desmente rumores existentes em redes sociais de que vereadores da oposição estariam articulando a possibilidade de uma nova eleição no município.
''Olha, Assis, eu ouvi a entrevista de Jane, onde foi feita uma pergunta em relação aos vereadores e ela mencionou que tem um relacionamento muito bom com os vereadores e que se algum vereador estava falando mal em relação à pessoa dela, ela não tinha conhecimento. Citou também que não precisaria de todos os onze vereadores, que precisaria apenas da maioria. Para falar a verdade, eu desconheço essa questão (de nova eleição), acho muito improvável dela acontecer, porque se tivesse acontecendo (alguma articulação) provavelmente eu saberia, porque a gente respeita o resultado das urnas. Eu, quando a presidente Dilma saiu do cargo, eu fiquei declarando, postando, trabalhando a questão do golpe. Michel Temer, na minha opinião, deu um golpe na presidente Dilma. Então, eu sou completamente contra esse tipo de golpe, porque tem que ser respeitado o resultado das urnas. O que a gente sabe é que existe um processo rolando - que não é de vereador de oposição - não sei se no TSE ou no TRE. Mas isso aí é um outro caso, e não tem nada a ver com vereadores de oposição. Não tem fundamento essas especulações, até porque a gente respeita o resultado das urnas.''
Como vai se comportar em respeito ao governo de Janielma Souza
''Como vereador de oposição, eu vou ser oposição. Não serei oposição a Janielma, ao governo, serei oposição às coisas que são erradas e que não se enquadram no perfil que a gente enxerga para o nosso município. A gente é vereador para representar o povo, a gente sabe quanto que entra no município e como deveria ser gasto. A gente sabe que diminuiu um pouco os recursos do município, mas que também não é esse 'bicho papão' como pregam não. Eu espero que a prefeita Janielma priorize os recursos do município para atender as necessidades básicas e que o povo sofra o mínimo possível. É comum o povo procurar o vereador para que ele dê combustível, para ele ir para Recife buscar um doente, porque não tem ambulância'' .
Na entrevista, com mais de uma hora de duração, entre outros assuntos, o vereador também faz críticas à falta de exames no Hospital Municipal, falta de fardamento escolar para os alunos da rede municipal e comenta possíveis alianças nas eleições de 2018, no futuro político da oposição de Petrolândia. Professor Evaldo ainda aponta problemas com a iluminação pública do município e afirma que, somente este ano, a prefeitura arrecadou cerca de um milhão de reais provenientes da taxa de iluminação pública. Também critica o aumento de imposto aos feirantes do Mercado Público, diz que todos têm que se empenhar na busca de uma Faculdade para Petrolândia e responde perguntas de ouvintes, enviadas ao programa por app de mensagem (whatsapp) Ouça a entrevista na íntegra no link abaixo.