Conhecer a história da professora Adeilde é saber um pouco mais sobre a história da educação em Petrolândia. Este texto foi um dos participantes do Concurso PETROLÂNDIA E NOSSA HISTÓRIA promovido pelo IGH de Petrolândia por ocasião do seu 7o ano de atividade e em celebração aos 112 anos da cidade, em 09.07.2021.
HISTÓRIA COMPLETA
A MAIS NOVA APOSENTADA DA EREM DE JATOBÁ- PETROLÂNDIA-PE.
A minha missão como PROFESSORA, o ciclo conclui -se aqui e agora, com a efetivação da minha segunda aposentadoria; no entanto, o professor é eterno! Cerca de 50 anos meus, dedicados totalmente à EDUCAÇÃO. PROFESSORA POR FORMAÇÃO E VOCAÇÃO.
Aos 8 anos de idade, o meu sonho em ser professora, iniciava-se no Grupo Escolar Delmiro Gouveia, em Petrolândia-PE; onde a minha professora da 2a. série, do antigo curso Primário, era linda, tinha uma pele rosada, braços peludos, minha querida, a saudosa Ceci Ovídio. Ao final da aula, os alunos saiam, menos eu, ela presenciava sempre, eu juntar os pedacinhos de giz, no canto do quadro, para levar para minha casa, e eu a dizer -lhe que era para " brincar de professora", daí o meu desejo era despertado. Para a minha imensa alegria e felicidade, Dona Ceci passava agora, a colocar um giz inteiro, junto aos cotoquinhos em minhas pequenas mãos.
Segue, o meu curso Primário, o Exame de Admissão ao Ginásio, com provas oral e escrita, um verdadeiro vestibular, o curso Ginasial (Ginásio Municipal de Petrolândia) e nessa mesma entidade o meu 1o. Ano Normal (Colégio Normal Municipal de Petrolândia). Por conta de um grande amor proibido, minha mãe arma uma estratégia, sem eu tomar conhecimento, com o seu irmão que residia em Recife, afastando-me e para lá eu fui dar continuidade ao meu curso Normal. Saudosa e alegre parti.
Modéstia à parte, eu sempre fui uma aluna inteligente, responsável; nunca fui CDF (cu de ferro), mas também nunca fui reprovada em toda a minha vida estudantil (do curso Primário até a Pós Graduação em História). Naquela época, não era qualquer pessoa que queria e/ou poderia estudar na capital, daí minha alegria. Em 1970, concluí o curso Normal. Voltei e o meu sonho concretizei. Aprendi e cresci. "Vim, Vi e Venci!"
Professora do MOBRAL- Movimento Brasileiro de Alfabetização - 1971; professora municipal - 1973 a 1978 (Colégio Normal Municipal de Petrolândia); professora chesfiana de 1979 a 2001(Escola Itaparica/CHESF ) e (Colégio Paulo Afonso - COLEPA/CHESF- Paulo Afonso-BA).
Em 1992, a Escola Itaparica/CHESF é doada ao Estado de Pernambuco (Secretaria de Educação), passa -se a denominar Escola Estadual de Itaparica, assim sendo, o administrador da CHESF, decide deixar nós professores chesfianos, que morávamos em Petrolândia, cedidos ao Estado, antes de sermos remanejados para o COLEPA- Colégio Paulo Afonso/ CHESF.
Durante o período na Escola Estadual de Itaparica, sob a gestão da minha querida Rita Rejane, foram 4 anos maravilhosos de enriquecimento profissional e companheirismo, vivenciei a experiência de coordenadora dos professores estaduais, municipais (cedidos) e chesfianos, de 1a. a 4a. séries. Confesso, que após o meu pedido insistente à gestora, voltei para a sala de aula, pois lecionar, é isso que amo, com paixão, fazer!
Em janeiro de 2001, acontece a minha primeira aposentadoria, na empresa Companhia Hidrelétrica do São Francisco - CHESF; professora estadual de Pernambuco - 1993 a 2000 (Escola de Jatobá Ensino 1o. e 2o. Graus-Petrolândia- PE); professora estadual de Pernambuco-2001 a 2011 (Escola Educador Paulo Freire-Recife- PE).
Aos 60 anos de idade, fui submetida a teste seletivo e ganhei uma bolsa do governador do Estado, o saudoso Eduardo Campos, para cursar a Pós Graduação em História pela UFRPE- Universidade Federal Rural de Pernambuco. Retorno , em 2012, para a minha cidade natal e à Escola Estadual de Jatobá, atual Escola de Referência em Ensino Médio de Jatobá - EREM DE JATOBÁ- minha muito amada "Família Jatobá!"
Hoje, 30/06 2021, recebo com um misto de felicidade e tristeza (?) saudade, a notícia enviada para mim, pela gestora, a minha querida Audrey Clécia, assim: "A mais nova aposentadada da EREM de Jatobá " e com belas e carinhosas palavras que me fizeram chorar. Sigo, o meu caminho, com a certeza do meu dever cumprido.
Procurei sempre dar o melhor de mim, sendo assim em tudo o que proponho-me a fazer. Criei e aumentei os meus laços de amizade, por onde andei, boas amizades, isso é um dos sentidos da vida. Aos meus queridos alunos, todos e todas, gratidão por eu ensinar e aprender com vocês, saudades e a felicidade por saber que a sementinha que eu plantei em todos, quando bem germinada, foi de conhecimentos, sabedoria, respeito, amor, tornando-os verdadeiros cidadãos e cidadãs; isso para mim, é imensamente gratificante e não há preço!
Aos meus colegas de profissão, não citarei nomes, todos e de todas as instituições por onde passei, eterna gratidão pelas trocas de experiências, conhecimentos adquiridos, e sobretudo, amizades. Encontra-nos- emos, um dia, pelos caminhos da vida. Saudades! Saudades! Saudades! Sintam -se todos e todas, por mim, abraçados!
"...AMIGOS EU GANHEI SAUDADES EU SENTI PARTINDO... SE CHOREI OU SE SORRI, O IMPORTANTE É QUE EMOÇÕES EU VIVI. "
Que Deus me conserve com saúde e paz, para que eu possa seguir a minha caminhada, juntamente com as pessoas que eu amo. A minha nova etapa de vida será fazer o que seja prazeroso para mim, cuidar do meu jardim, meus bordados Ponto Cruz e outros, Crochê, Tricô, Fuxico do Bem e outras coisitas mais, não esquecendo os meus deveres religiosos, o meu Deus, minha fé, é óbvio. Sem deixar de mencionar, o meu lado profano, os meus wiskys, as minhas farrinhas, em casa, por enquanto, e quando a pandemia baixar ou cessar o fogo, irei alçar outros voos, curtir praia, teatro, dança, academia, shoppings, entre outros, "deixar a vida me levar." "
APOSENTADORIA significa poder aproveitar o melhor da vida." A VIDA é efêmera e para mim, é HOJE, AGORA, JÁ e É PRA SER VIVIDA!
Que Deus nos abençoe poderosamente, hoje e sempre! Amém! Beijos carinhosos, saudosos e virtuais!
Eternamente professora: Adeilde Maria Alencar Lima e Sá.
Blog de Assis RamalhoPor: Paula Francinete Rubens de Menezes - Educadora, Escritora e Presidenta do IGH - Instituto Geográfico e Histórico de Petrolândia