Nesta quinta-feira começa o 27º FETEAG (Festival de Teatro do Agreste) em Caruaru. Confira a programação desta primeira semana até o domingo. Entrada sempre franca. (Foto: Aldren Lincoln/Divulgação Âmesa)Caruaru volta a apreciar teatro da melhor qualidade, e de caráter internacional, tendo como norte o tema da “Africanidade”. O 27º FETEAG (Festival de Teatro do Agreste), realizado pelo grupo Teatro Experimental de Arte (TEA), começa nesta quinta-feira (19/10/2017) e segue até o dia 29 deste mês oferecendo espetáculos de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Alagoas e São Paulo, mas também provocações cênicas que chegam da Alemanha, Suíça, Itália e, especialmente, da África. A programação, totalmente gratuita e também contando com debates e seminário, ocupará não só o Teatro Rui Limeira Rosal, no SESC Caruaru, mas também espaços completamente alternativos, como casas e apartamentos residenciais, salões e associações de moradores de bairros periféricos e de distritos da Zona Rural de Caruaru, além de chegar ao Marco Zero. Se em 2016 o Festival propôs para as escolhas da grade o tema “Corpos Fluídos”, abordando os limites entre teatro, dança e performance, desta vez, toda a relação cultural herdada por nós da África permeia esta 27ª edição.
Preconceitos, identidade, branquitude/negritude, ancestralidade e história são alguns dos assuntos em pauta nas peças e discussões programadas, como explica o produtor executivo do FETEAG, Fábio Pascoal, também à frente da curadoria do evento (aqui, junto a Marianne Consentino). “O tema deste ano, Africanidade, trata da herança cultural negra presente na nossa sociedade, como uma das bases da formação do Brasil como Nação. O evento busca abordar temas complexos como preconceito e identidade, através dos espetáculos selecionados e dos debates promovidos. Tudo vem na perspectiva de problematizar tais questões, pois primeiramente somos um festival de teatro. Queremos é romper ‘caixinhas’ e discutir, fugindo do patrulhamento ideológico”, diz. A cada edição do Festival, um recorte temático curatorial específico é traçado, sempre apostando em questões contemporâneas. O racismo, claro, tem sido assunto mais do que significativo para estes tempos tão obscuros.