Desde o início da semana passada, após várias famílias invadirem um terreno nas proximidades do Mirante da Serrota, no sítio de mesmo nome, localizado próximo à área urbana de Petrolândia, a propriedade do local entrou em discussão. Este Blog foi contatado por invasores para ir ao local, registrar a situação. Nossa reportagem visitou a área em questão, na manhã deste sábado (29), e conversou com integrantes da ocupação.
O empresário Armando afirma possuir a escritura do terreno e as famílias acampadas alegam que só deixarão a área com a comprovação inquestionável de que toda a área é de propriedade dele. Segundo os ocupantes do terreno, eles estão sendo pressionados a desocupar o local.
Nossa reportagem procurou o empresário que, por meio de sua assessoria, declarou que as afirmações dos ocupantes do imóvel não têm cabimento e que o terreno tem dono. Acrescentou que o caso já está em resolução e, no momento certo, haverá uma manifestação sua sobre o episódio.
No local da ocupação, nossa primeira conversa foi com a senhora Aparecida.
Ocupantes da área querem provas de que o terreno pertence ao empresário.
"O que a gente quer é que ele prove que a área é dele. Se o empresário comprovar que a área é dele, nós vamos desocupar e arrumar outro local, porque o que a gente quer é somente um pedaço de terra, um canto para sair do aluguel, para sair desta situação. Mas enquanto ele não provar, nós vamos permanecer aqui. Como você está vendo, aqui ninguém está para brincadeira. Tem crianças, tem idosos, tem muitas famílias que realmente estão precisando sair da situação do aluguel. Nós temos 250 famílias. Então, são essas pessoas que estão aqui com a gente. Neste momento não estão todos, por que a gente se divide. De manhã vem uma parte, à tarde outra e à noite vem outra. Se ele tiver um local para ocupar esse pessoal, com uma terra de 8 de frente por 24 de fundos, para abrigar essas 250 famílias, a gente entra em um acordo.''
Aparecida clama por apoio político
''Já tem dez dias que a gente está nesta situação e não apareceu um político. Nenhum dos políticos que foram eleitos estiveram aqui e os que estiveram para nos dar apoio, foram [candidatos na última eleição a] vereadores que não foram eleitos."
Aparecida acusa o empresário de ter arrancado as estacas colocadas pelos ocupantes na área
''A primeira vez que ele [Armando] veio, a gente tinha colocado umas estacas. Ele chegou aqui com o pessoal dele e arrancou as estacas todinhas, colocou em cima do caminhão, tocou fogo e chamou nós de ''coitadinhos''. Foi esse o acordo que ele fez com a gente. Foi tocar fogo nas coisas que a gente tinha''.
De acordo com Aparecida, uma advogada, que disse representar o empresário, esteve no local de maneira muito educada.
''Ontem chegou uma advogada dele aqui e fomos muito bem tratadas por ela. Ela foi muito educada e a gente tentou entrar em um acordo com ela, que perguntou se a gente tinha um acordo com ele, e a gente disse 'se o acordo for igual ao que ele fez da primeira vez, não tem acordo não. Agora, se der um local digno, tem acordo'".
Nossa reportagem também conversou com Antônio, outro ocupante do terreno.
''A gente não está aqui para tomar nada de seu Armando. A gente está aqui para lutar por um direito que é nosso. As primeiras informações que a gente tem é que seu Armando comprou uma parte [do terreno] e não todo. Nós estamos aqui para negociar, desde que seja um local definido, e não para fazer a gente de besta, levando pra um canto, para outro, e trazendo de volta. Ele propôs [levar] lá para o lado da Reta e, ao chegar lá, era uma propriedade que já tinha dono. Então, a gente se obrigou a voltar pra cá, de novo''.
Também em conversa com nossa reportagem, Tina, como ela disse ser conhecida, afirmou ter sido ameaçada
''Eu já fui ameaçada. Ontem [sexta-feira, 28], já teve um confronto feio aqui na frente, por a gente está aqui. É como eu disse ontem a Armando. Eu disse 'Armando, eu não estou aqui para tomar terras suas, eu não estou aqui para invadir nada seu, não. Eu estou aqui atrás de um pedaço de terra, que como todos sabem aqui que não é seu'. É tanto que ele entrou no carro, só olhou pra gente e disse 'já que você entraram aí, fiquem, porque eu tenho outros ganhos e vocês são uns coitados'. Foi tanto que a gente aqui de dentro gritou 'obrigado', e ele disse 'obrigado nada, eu vou brigar na justiça'. Então, é como a gente disse a ele. Se ele chegar com uma ordem e realmente provar que é dele, a gente sai. A gente não vai entrar em questão, a gente sai".
Por último, Tina faz apelo à justiça e aos políticos, em especial ao prefeito Ricardo Rodolfo.
''A gente pede à justiça que 'vamos jogar limpo', não vamos se corromper, não deixe ser comprado pelos que tem mais dinheiro, pelo amor de Deus, porque se a gente deixar a sociedade ser corrompida de tal forma de você chegar com dinheiro e comprar um papel, a gente nunca vai sair disso. Senhores políticos, a gente está precisando da ajuda de vocês, venham até aqui, porque vocês só estão aí por que a gente colocou. Senhor prefeito, compareça aqui, precisamos da sua ajuda. O senhor como cidadão, como uma pessoa que sempre ajudou a população, o senhor sempre foi uma pessoa boa, que ajudou as pessoas mais carentes, as pessoas que não tinham. Hoje, o que o senhor tem condições, está no poder, venha aqui ver a situação da gente, porque a gente não pode deixar que uma pessoa só tome conta da cidade'', declarou a mulher, que disse morar com cinco filhos em uma casa de aluguel, na Quadra 05.
Ver fotos > Famílias ocupam terreno no sitio Serrota
Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Assis Ramalho
Ocupantes da área querem provas de que o terreno pertence ao empresário.
"O que a gente quer é que ele prove que a área é dele. Se o empresário comprovar que a área é dele, nós vamos desocupar e arrumar outro local, porque o que a gente quer é somente um pedaço de terra, um canto para sair do aluguel, para sair desta situação. Mas enquanto ele não provar, nós vamos permanecer aqui. Como você está vendo, aqui ninguém está para brincadeira. Tem crianças, tem idosos, tem muitas famílias que realmente estão precisando sair da situação do aluguel. Nós temos 250 famílias. Então, são essas pessoas que estão aqui com a gente. Neste momento não estão todos, por que a gente se divide. De manhã vem uma parte, à tarde outra e à noite vem outra. Se ele tiver um local para ocupar esse pessoal, com uma terra de 8 de frente por 24 de fundos, para abrigar essas 250 famílias, a gente entra em um acordo.''
''Já tem dez dias que a gente está nesta situação e não apareceu um político. Nenhum dos políticos que foram eleitos estiveram aqui e os que estiveram para nos dar apoio, foram [candidatos na última eleição a] vereadores que não foram eleitos."
Aparecida acusa o empresário de ter arrancado as estacas colocadas pelos ocupantes na área
''A primeira vez que ele [Armando] veio, a gente tinha colocado umas estacas. Ele chegou aqui com o pessoal dele e arrancou as estacas todinhas, colocou em cima do caminhão, tocou fogo e chamou nós de ''coitadinhos''. Foi esse o acordo que ele fez com a gente. Foi tocar fogo nas coisas que a gente tinha''.
De acordo com Aparecida, uma advogada, que disse representar o empresário, esteve no local de maneira muito educada.
''Ontem chegou uma advogada dele aqui e fomos muito bem tratadas por ela. Ela foi muito educada e a gente tentou entrar em um acordo com ela, que perguntou se a gente tinha um acordo com ele, e a gente disse 'se o acordo for igual ao que ele fez da primeira vez, não tem acordo não. Agora, se der um local digno, tem acordo'".
Nossa reportagem também conversou com Antônio, outro ocupante do terreno.
''A gente não está aqui para tomar nada de seu Armando. A gente está aqui para lutar por um direito que é nosso. As primeiras informações que a gente tem é que seu Armando comprou uma parte [do terreno] e não todo. Nós estamos aqui para negociar, desde que seja um local definido, e não para fazer a gente de besta, levando pra um canto, para outro, e trazendo de volta. Ele propôs [levar] lá para o lado da Reta e, ao chegar lá, era uma propriedade que já tinha dono. Então, a gente se obrigou a voltar pra cá, de novo''.
Também em conversa com nossa reportagem, Tina, como ela disse ser conhecida, afirmou ter sido ameaçada
''Eu já fui ameaçada. Ontem [sexta-feira, 28], já teve um confronto feio aqui na frente, por a gente está aqui. É como eu disse ontem a Armando. Eu disse 'Armando, eu não estou aqui para tomar terras suas, eu não estou aqui para invadir nada seu, não. Eu estou aqui atrás de um pedaço de terra, que como todos sabem aqui que não é seu'. É tanto que ele entrou no carro, só olhou pra gente e disse 'já que você entraram aí, fiquem, porque eu tenho outros ganhos e vocês são uns coitados'. Foi tanto que a gente aqui de dentro gritou 'obrigado', e ele disse 'obrigado nada, eu vou brigar na justiça'. Então, é como a gente disse a ele. Se ele chegar com uma ordem e realmente provar que é dele, a gente sai. A gente não vai entrar em questão, a gente sai".
Por último, Tina faz apelo à justiça e aos políticos, em especial ao prefeito Ricardo Rodolfo.
''A gente pede à justiça que 'vamos jogar limpo', não vamos se corromper, não deixe ser comprado pelos que tem mais dinheiro, pelo amor de Deus, porque se a gente deixar a sociedade ser corrompida de tal forma de você chegar com dinheiro e comprar um papel, a gente nunca vai sair disso. Senhores políticos, a gente está precisando da ajuda de vocês, venham até aqui, porque vocês só estão aí por que a gente colocou. Senhor prefeito, compareça aqui, precisamos da sua ajuda. O senhor como cidadão, como uma pessoa que sempre ajudou a população, o senhor sempre foi uma pessoa boa, que ajudou as pessoas mais carentes, as pessoas que não tinham. Hoje, o que o senhor tem condições, está no poder, venha aqui ver a situação da gente, porque a gente não pode deixar que uma pessoa só tome conta da cidade'', declarou a mulher, que disse morar com cinco filhos em uma casa de aluguel, na Quadra 05.
Ver fotos > Famílias ocupam terreno no sitio Serrota
Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Assis Ramalho