Todo mês, nos últimos três anos, Vânia Silva segue uma mesma rotina. Vai ao banco para receber o benefício do programa Bolsa Família, compra o leite da filha de nove meses e o lanche do filho de sete anos, que frequenta uma escola perto do habitacional onde mora, em Surubim, no Agreste de Pernambuco. O marido não tem emprego fixo e a renda familiar, já insuficiente, é sempre incerta.
Vânia costuma trabalhar como agricultora, mas depois do nascimento da filha mais nova e com as chuvas escassas, arrumar um trabalho na área ficou mais difícil. “Meu marido faz bico, mas não é todo dia, toda hora. Então, a gente conta muito com o Bolsa Família. Minha profissão é agricultora, mas nem para isso a gente tem emprego agora porque a seca está demais”, resume Vânia.
Segundo ela, a sua vida mudou nos últimos anos, depois que começou a receber o benefício, “Antes, a gente queria dar um lanche para as crianças e não podia. A gente tinha que contar com a família e, às vezes, a família também não tinha. Agora, toda vez que a gente recebe, traz alguma coisa para dentro de casa, para os nossos filhos. O Bolsa Família é tudo. Se não fosse ele, eu não sei o que seria da gente."