O coordenador do Programa Água para a Vida do WWF-Brasil, Glauco Kimura de Freitas, disse hoje (20) que as principais causas da crise hídrica no Sudeste brasileiro são o desmatamento e a degradação das nascentes dos rios. As soluções de infraestrutura apresentadas pelos governos e formadores de opinião para a crise não contemplam, segundo ele, a proteção das nascentes e a recuperação das nascentes degradadas.
“Temos ouvido muito sobre a construção de novos reservatórios e transposição de rios, mas a parte de proteção das nascentes, que é fundamental, está um pouco esquecida”, comentou. A WWF-Brasil está preocupada porque entende que a legislação tem vulnerabilizado as nascentes.
Glauco Kimura de Freitas destacou que o novo Código Florestal desobrigou proprietários de terras de protegerem as nascentes intermitentes, que secam naturalmente em períodos do ano e depois voltam a encher. Isso, segundo ele, coloca em risco as nascentes. “Temos visto que só chuva não enche reservatório, porque as nascentes dos rios que abastecem os reservatórios já foram todas degradadas”.
A proteção das nascentes se insere entre as medidas importantes de adaptação às mudanças climáticas, que estão sendo colocadas em prática por grande número de países. O coordenador do Programa Água para a Vida da WWF-Brasil explicou que com a atual seca no país, “a pior em 85 anos”, muitos rios que eram considerados perenes secaram e passaram a ser qualificados como intermitentes.