Rolex que Bolsonaro tentou vender e o advogado Frederick Wassef — Foto: Reprodução; TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDOFrederick Wassef disse ao blog nunca ter nunca visto o Rolex dado de presente a uma comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em viagem ao Oriente Médio e que, segundo a Polícia Federal, foi vendido ilegalmente nos Estados Unidos por Mauro Cid.
"Nada. Nunca vi esse relógio. Nunca vi joia nenhuma (...) Nunca na minha vida. Desafio a provarem isso. Falo e garanto", afirmou Wassef na noite deste domingo (13).
O relógio, que vale cerca de R$ 300 mil, foi recebido de presente em 2019. Em junho de 2022, foi vendido nos Estados Unidos por Cid, segundo a PF.
Após a existência do Rolex ser revelada, em março de 2023 assessores do ex-presidente colocaram em campo uma operação para reaver o relógio, e Wassef, segundo as investigações, viajou aos Estados Unidos para buscá-lo.
A PF identificou várias interações entre Wassef e Mauro Cid na época e, em 11 de março, Wassef embarca para os Estados Unidos.
Em 14 de março, os dois conversam novamente por WhatsApp. Cid pergunta "E aí?". "Toquei solo agora", responde Wassef, e envia uma foto de dentro do avião.
Em 29 de março, segundo a PF, Wassef volta ao Brasil com o Rolex e, em 2 de abril, entrega o relógio para Mauro Cid em São Paulo. Dois dias depois, a defesa de Bolsonaro devolve o item à União.
"Uma coisa é a viagem que fiz para os EUA. Outra coisa é me acusar de organização criminosa e esquema de joia. É uma armação", diz Wassef ao blog.
"Nunca tomei choppinho" com Cid, diz Wassef
Wassef diz ter tido poucos contatos com Mauro Cid e que não tem relação ou amizade com o assessor de Bolsonaro.
"Nunca tomei choppinho. Zero. Era absolutamrnte formal. Conto na mão as vezes que falei com ele", afirma. "Zero de qualquer outro tema ou assunto."
"Só coloco a mão no fogo pela minha mãe"
Wassef também disse ao blog que não coloca a mão no fogo por ninguém, "[só] pela minha mãe". Porém, destacou que a chance de Bolsonaro receber a joia é zero, e que não sabe responder se alguém faria tamanha operação sem consentimento do presidente.
O advogado afirma que só tomou conhecimento das joias no início deste ano, após ser procurado pela imprensa. "
"Eu disse que não sabia de nada, mas que eu ia ligar para Bolsonaro e retornava. Liguei, o presidente me disse: Fred, pode fazer uma nota, você vai ser o meu advogado nesse caso e falar em meu nome. E fizemos uma ligação: eu, Bolsonaro e Fabio Wajgarten, e Bolsonaro deu uma ordem: é o Fred, faça a nota e publique. Antes disso, não é que eu nunca vi nenhuma joia, nenhum presente".
O Globo