O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) agradeceu nesta sexta-feira (7), em encontro no Palácio da Alvorada, o empenho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários da Casa em "importantes votações" desta semana.
A reunião ocorreu logo após a Câmara aprovar a reforma tributária e o projeto que favorece o governo em julgamentos no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).
A duas propostas, que seguirão para análise do Senado, são de interesse do governo. Outra pauta prioritária do Planalto, o novo marco fiscal teve a votação adiada para agosto.
"Me encontrei com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e representantes dos deputados no final desta tarde de sexta, para agradecer pelas importantes votações da semana. Projetos importantes não para mim ou para o governo, mas para o Brasil", disse Lula.
Lula já havia conversado por telefone com Lira para agradecer o empenho do parlamentar na aprovação da reforma tributária, segundo informou o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
A discussão sobre um novo sistema tributário brasileiro se arrasta há quase 30 anos no Brasil, e o objetivo da medida é simplificar a cobrança de impostos no país.
Lula e o presidente da Câmara têm se reunido com mais frequência desde que o governo intensificou a articulação política para evitar derrotas no Congresso e tentar consolidar uma base parlamentar.
O novo encontro ocorre em meio às tratativas da substituição da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, pelo deputado Celso Sabino (União-PA).
O Planalto já confirmou que Daniela deixará o cargo e que o nome a ser confirmado é o de Sabino, filiado ao União Brasil e próximo a Lira.
A mudança visa garantir mais votos do União Brasil, cuja bancada no momento tem 59 deputados.
Segundo o blog do jornalista Gerson Camarotti no g1, o governo também avalia abrir espaço para outros partidos na equipe ministerial.
Além de Lira, também participaram do encontro:
ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais);
ministro Rui Costa (Casa Civil);
José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara;
Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil na Câmara;
Zeca Dirceu (PR), líder do PT na Câmara;
Aureo Ribeiro (RJ), líder do Solidariedade na Câmara;
Fábio Macedo (MA), líder do Podemos na Câmara;
Jandira Feghali (RJ), líder do PCdoB na Câmara;
Antonio Brito (BA), líder do PSD na Câmara;
André Fufuca (MA), líder do PP na Câmara;
Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB na Câmara;
Luís Tibé (MG), líder do Avante na Câmara;
Hugo Motta (PB), líder do Republicanos na Câmara;
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder da maioria e relator da reforma tributária;
Reginaldo Lopes (PT-MG), presidente do grupo de trabalho da reforma tributária;
deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE);
deputada Tabata Amaral (PSB-SP);
e o deputado Aliel Machado (PV-PR).
Representação na Câmara
Juntos, os líderes que se reuniram com Lula representam 338 deputados na Câmara. São lideranças de partidos de esquerda, centro e que se classificam como independentes, caso do União Brasil e Podemos.
O PSOL, que sinalizou apoio ao governo petista e conta com um ministério, não teve representante no encontro.
Integrante da federação partidária PSOL-Rede, Túlio Gadêlha (Rede-PE) foi o único presente. Ele, porém, não é o líder do grupo — cargo que está com Guilherme Boulos (PSOL-SP).
Nos dois turnos de votação da reforma tributária, o PSOL não esteve iegralmente ao lado Planalto.
Dos 13 deputados da sigla, três se abstiveram nos dois turnos: Fernanda Melchionna (RS), Glauber Braga (RJ) e Sâmia Bomfim (SP).
Em maio, a infidelidade foi ainda maior. Durante a votação do marco fiscal na Câmara, 12 deputados do PSOL votaram contra a proposta. Não houve nenhum voto a favor.