As mulheres formam a maioria do eleitorado no Brasil, mas são alvo de fortes ataques na Câmara dos Deputados. Em uma ação fulminante, o Conselho de Ética instaurou representações contra seis deputadas: Célia Xakriabá (PSol-MG), Sâmia Bomfim (PSol-SP), Talíria Petrone (PSol-RJ), Erika Kokay (PT-DF), Fernanda Melchionna (PSol-RS) e Juliana Cardoso (PT-SP). As representações, de autoria do PL, têm como motivo a participação das parlamentares na aprovação do marco temporal, em 30 de maio. Segundo a denúncia, as acusadas quebraram o decoro parlamentar ao protestar contra a aprovação da proposta.
As parlamentares ficaram indignadas e denunciam perseguição à atividade parlamentar. “Misoginia escancarada! Se chegamos até aqui é porque nunca ousamos nos calar, isso não acontecerá agora!”, protestou Kokay. A decisão da Conselho de Ética provocou reações fora do legislativo federal, e não apenas de mulheres. O ex-senador Eduardo Suplicy se solidarizou com as parlamentares, segundo ele, “vítimas de perseguição política motivada por sexismo”. “É triste a tentativa de calar quem luta por direitos das mulheres e de minorias sociais”, comentou o petista.
O deputado distrital Fábio Felix (PSol-DF) também se juntou ao protesto. “A violência política contra mulheres presente no Congresso Nacional é absurda! Querem expulsar, a qualquer custo, as deputadas mulheres que não abaixam a cabeça para deputados que defendem o extermínio dos povos indígenas”, escreveu.
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