A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, frustrou as expectativas de seus adversários no Congresso e dentro do governo ao garantir que não está nos seus planos deixar o governo e que vai resistir junto com o presidente Lula às derrotas na área ambiental no Congresso.
Na bancada ruralista e até entre seus colegas no governo, havia uma torcida para que Marina, depois de ter seu ministério esvaziado, jogasse a toalha e pedisse demissão.
Em vez de reclamar de Lula, a ministra do Meio Ambiente se mostrou solidária ao presidente, dizendo que há um grupo que não se contenta com o resultado da eleição e segue tentando minar a democracia brasileira.
Também afirmou que é preciso resistir a esses ataques ao meio ambiente e à democracia, destacando que o governo enfrenta um Congresso conservador.
Nesta sexta-feira (26), o presidente Lula vai reunir sua equipe palaciana com Marina Silva e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, para avaliar uma reação às decisões do Congresso e unificar o discurso do governo em torno da defesa do meio ambiente e das causas indígenas, dois temas estratégicos na agenda do petista.
Uma das ideias em discussão é baixar um decreto, depois de aprovada a medida provisória que reestrutura a Esplanada dos Ministérios, fazendo ajustes na estrutura ministerial. A intenção não é desfazer a decisão do Congresso Nacional, mas vincular a ação de pastas.
Por exemplo: no caso do Cadastro Ambiental Rural, que foi tirado do Meio Ambiente e transferido para o Ministério da Gestão, o decreto estabeleceria que a pasta de Marina atuaria em conjunto com a equipe da ministra Esther Dweck.