Uma das justificativas que apresentará para alegar o isolamento é a erisipela, uma infecção cutânea que teve na perna após a eleição e que o impossibilitava de se locomover e até usar calça. Segundo auxiliares, ele só despachava de shorts e bermuda.
Envolvidos na defesa de Bolsonaro relataram à coluna que ele negará qualquer articulação política após a derrota nas urnas para Lula. Sobre as invasões do dia 8, o ex-presidente recorrerá ao seu distanciamento do Brasil para alegar que não teria vínculo com os atos. Ele partiu em 30 de dezembro para os Estados Unidos, de onde voltou no fim de março.
Sobre seu silêncio referente à mobilização de golpistas em quartéis do Exército de todo país, incluindo o de Brasília, de onde partiram os vândalos, Bolsonaro vai adotar o mesmo discurso que já fez a aliados no fim de seu governo. O ex-presidente pretende dizer que, como não foi ele quem mobilizou os acampamentos, não caberia a ele desmobilizá-los.
O fato de Bolsonaro ter colocado em xeque a credibilidade das urnas eletrônicas ao longo de sua gestão será um dos temas abordados pelos investigadores no depoimento. Outro ponto a ser explorado são os contatos de Jair Bolsonaro com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que era o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no dia 8 de janeiro.
Torres está preso por suspeita de omissão e conivência com os atos golpistas. Na ocasião, ele e Bolsonaro estavam nos EUA, mas ambos negam ter se encontrado ou tratado do assunto.
Jair Bolsonaro passou a fazer parte da investigação depois de publicar, em uma rede social, um vídeo com fake news sobre as eleições, dois dias após a invasão dos prédios dos Três Poderes. Novamente, o ex-presidente não apresentou provas sobre as acusações que fez. Ainda não há detalhes sobre qual será a resposta do presidente para este ponto.
Por O Globo