Igreja e Santuário de Nossa Senhora da Saúde, em Tacaratu-PE (Foto: Lúcia Xavier/Arquivo BlogAR)
Em qualquer sábado desses do ano de 2022, de escassas marolas no lago que nos controna, e pasmaceira na ágora da polis de Pedro, subo a Serra e vou deambular pela feira de Tacaratu, terra de cajus, Fonte Grande, balanço de rede e Pankararus.
Apreciar a arte nativa dos criativos artesãos Pankararus, sentir os cheiros de frutas e legumes fresco, apurar o paladar em suas iguarias, sorvendo um bom café, pisado no pilão, com beiju na palha de palmáceas.
Comer um baião de dois com guisado de porco e ovos de galinha capoeira, acompanhada das sobremesas, cocada de raiz de umbu, doce de mamão com coco em calda, na doceira da Rua principal, mitigando a sede com a fria água da quartinha de barro.
Depois do peripúlo gastronômico, uma boa soneca sob a brisa suave do clima serrano, ninguém é de ferro.
À tarde sob os oblíquos raios do arrebol, adentro ao templo cristão, Igreja Matriz, rezo uma prece Ave Maria à Padroeira, Nossa Senhora da Saúde, que proteja nossos 33 milhões de irmãos, que acordam e dormem sem o pão nosso de cada dia.
Em fim de tarde, para mitigar o esfaimar, uma gelada cajuína com pão doce na Padaria da 1ª Travessa da Igreja Matriz.
No cair da noite, sob a lua de São Jorge, nos protegendo do mal, com o filho da terra, poeta, cantor e compositor, JOSILDO SÁ, dançar um sincopado samba de latada.
No alvorecer do dia seguinte, para despertar, um banho na bica Fonte Grande, em ato contínuo, envolto sob o som sincrético dos maracás, peço a benção ao Praiás, para o comungar do ritual Toré, segundo ensinamentos colhidos na grande obra, FESTA, FÉ & ARTE, da nossa prolífica escritora Paula Rubens. Leiam o Livro!!
Por derradeiro, pulso ainda pulsando, uma visita ao distrito de Caraibeiras, com seus teares produzindo mantas e tapeçarias, compro uma rede com bordados da flora e fauna do meu sertão, para balançar a bela cabocla do Brejo dos Padres, debaixo de florido e frondoso pé de Tamarindo, e seus beija flores, no esfuziante calor da tarde, trespassado pela suave rajada de ventos do pé de serra, sacodindo as copas dos Ipês, espalhando suas flores amarelas na branca areia da Baixa do Icó, Brejinho da Serra.
Por: Manoel Gabriel Neto
* Formado em Direito, atualmente o advogado petrolandense Manoel Gabriel Neto, amigo deste blogueiro e radialista, mora em Belo Jardim/PE