Por: Fernando Batista
Ainda me inquietam as notícias na mídia sobre o assassinato brutal do jovem negro congolês Moïse Mugenyi. Essa inquietação se junta a de tanta gente que não se coaduna com o racismo estrutural que mata e está enraizado em nossa sociedade. No Brasil, é escancarada a porta da discriminação racial. É aceitável, porém, que a superação desta questão cruel não está no cultivo de mais ódio. Já estamos cansados das mortes e da ineficiência da polarização raivosa que corrói o mundo e a nossa sociedade tupiniquim.
Infelizmente vemos se alavancar discursos de xenofobia, racismo e oporofobia (ódio aos pobres) na nossa sociedade brasileira. Moïse foi espancado até a morte de forma atroz e desumana por ter cobrado o seu devido salário pelos dias trabalhados. Quão caro custou sua vida. Por quantos chutes e pauladas lhe foi negociada a sua paga? Quantos como ele ainda receberão como pagamento a própria morte?
Vidas negras importam! O racismo estrutural mantém as mãos brancas limpas. Três tiros sem a intenção de matar. Quinze minutos de espancamento sem a intenção de matar. quatrocentos anos de escravidão sem a intenção de matar . Ahhh, me poupe. A superação disso tudo passa pelo empenho de todos. e, pelo visto, vai demorar ainda. Fato!