Por Marcelo Tognozzi*
Michel Temer vem de longe. Em 1987 desembarcou em Brasília como suplente de deputado num Congresso focado em escrever a futura Constituição. Enfrentou todo tipo de adversário. ACM o chamava de “mordomo de filme de terror” e o acusava sem provas de comandar esquemas no Porto de Santos. Renan Calheiros foi outro osso duro de roer. Na presidência, foi ferido pelas flechadas do ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Quando deixou o Planalto, acabou preso numa operação injusta e mal explicada. Seu esforço e obstinação fizeram dele um dos políticos mais importantes da sua geração, 3 vezes eleito presidente da Câmara, vice-presidente e presidente da República. Chegou lá por mérito próprio.
Em todos esses anos nunca vi o presidente Temer xingar alguém em público ou cometer qualquer tipo de grosseria. Sua marca sempre foi a cortesia e o cavalheirismo. E também saber ouvir. É um mestre nessa arte. Ouviu segredos inimagináveis de muitos políticos e jamais cometeu uma indiscrição. Suas qualidades o credenciaram para estancar a sangria do 7 de setembro.