O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reuniu os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Michel Temer (MDB) e José Sarney (MDB) em um ato pró-vacina em São Paulo, na tarde desta segunda-feira (25).
O evento ocorreu no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no dia do aniversário da capital do estado. Doria disse que o ato não tinha cunho político, mas foi uma ação em defesa da vida, com a vitória da ciência.
“Convidei todos os ex-presidentes da República do Brasil entendendo que este ato, esse gesto não seria, como não é, um ato político e muito menos um ato de confronto, ao contrário, é um ato de união, de solidariedade, de humanidade e de entendimento que a vida dos brasileiros está acima de qualquer sentimento político, partidário, eleitoral, ou de qualquer outra ordem”, afirmou o governador.
FHC foi o único ex-presidente presente no local, já que Temer e Sarney participaram de forma remota. De acordo com o Governo de São Paulo, todos os ex-presidentes vivos foram convidados, mas Lula (PT), Dilma Rousseff (PT) e Fernando Collor (PROS) recusaram o chamado.
O primeiro a falar foi José Sarney, de 90 anos. "Quero desejar ao povo brasileiro boa sorte neste momento que atravessamos, talvez, o mais grave destes últimos anos", disse. "Participei de um seminário de ex-presidentes da República em Xangai que se destinava a discutir as ameaças ao futuro da humanidade, acrescentou Sarney"
"A maior ameaça não estava na guerra nuclear nem em outros gigantescos problemas da humanidade. A maior ameaça era a ocorrência de doenças desconhecidas. Nos resta, portanto, a esperança para vencer essa tragédia: a vacinação que deve ser feita com o espírito de solidariedade com a colaboração do povo, união e fé em Deus. É hora de juntarmos esforços para dizer à população brasileira que colabore com as autoridades sanitárias. é um apelo pela vida, pela saúde de todos os brasileiros", disse Sarney.
Em seguida, Michel Temer afirmou que não pode haver disputa em relação às vacinas. "Este encontro tem uma simbologia de que todos devem se unir para combater o vírus. Creio que não há maior comemoração para o aniversário de São Paulo do que essa simbologia expressada pelo governador de São Paulo", disse.
"A vida é tão importante quanto a economia, mas há momentos e momentos. Tem momentos que temos que fazer de tudo pela vida porque a economia se recupera. Estamos esperando a vacina. Estou esperando a minha vez de vacinar-me, o que farei com muita tranquilidade", acrescentou Temer.
Temer lembrou ainda dos trabalhadores de saúde, dos voluntários que se submeteram aos testes para o desenvolvimento da vacina, da Anvisa, da equipe do Instituto Butantan e as famílias que perderam pessoas com covid-19. "Vacinem-se todos."
Fernando Henrique Cardoso, 89 anos, lembrou o período da gripe espanhola. "Queria lembrar aqui os desvalidos, os profissionais que cuidam da saúde de todos nós e a todas as vítimas desse vírus", disse. "Vamos sobretudo prestar homenagem ao que cuidam da vida e demonstrar solidariedade aos que se foram", continuou.
Na semana passada, Lula, após voltar de Cuba, informou que já teve coronavírus e passou quarentena no país caribenho. O ex-presidente disse ainda estar "preparado para tomar a vacina" quando o País tiver "vacina para todos".
Já Dilma afirmou que aguardaria sua vez na fila prioritária da vacina "com o braço estendido para receber a CoronaVac". "Agradeço, mas diante das circunstâncias tenho o dever de recusar a oferta, por razões éticas e de justiça", disse a ex-presidente em nota publicada em seu site oficial.
Collor disse em redes sociais que não participaria do ato, mas agradeceu o convite.
Por Portal Folha de Pernambuco com R7