Existem pessoas que nasceram para colorir o mundo e uma delas eu tive o prazer de conhecer e compartilhar conversas, sonhos e arte. Por isso nesse Tributo pelos 25 anos de nossa cidade, o escolhi para ser o meu homenageado.
Marcel Bezerra era das terras do mar, Recife, mas foi aqui no sertão de Itaparica, precisamente aqui em Jatobá, que fincou suas raízes e teve seu corpo plantado aos 53 anos de idade, no cemitério local. Filho de artistas de cimento e bordado, herdou a habilidade nas mãos e com uma riquíssima e vasta consciência cultural pernambucana transformou a nossa microrregião na sua mais colorida aquarela.
Com os seus traços inconfundíveis e multicoloridos, a sua arte plástica tem forte presença do movimento cubista, dos fundadores Pablo Picasso e Georges Braque, mas sabemos que a grandeza de sua obra vai muito além desse movimento.
As artes de Marcel estão espalhadas em painéis, murais, quadros, em peças de madeira, em esculturas de ferro, de concreto, por várias partes também nas cidades de Petrolândia e Tacaratu, dentre outras fora de nosso estado. Marcel explorou diferentes materiais e a sua delicadeza artística retratou as belezas da cultura pernambucana, a história de nossa gente, os trabalhadores que vieram construir a UHE Luiz Gonzaga, os pescadores, as brincadeiras infantis, a vida do campo, os povos indígenas Pankararu, elementos de sua religiosidade, entre outros, fazendo especialmente de Jatobá um museu a céu aberto.