“A orientação vai ser o [isolamento] vertical daqui pra frente. Vou conversar com ele e tomar uma decisão. Não escreva que já decidi, não. Vou conversar com o Mandetta sobre essa orientação”.
Questionado sobre como aconteceria na prática, Bolsonaro disse que é preciso pegar o idoso e isolá-lo, em hotéis ou em casa. "Tem o isolamento horizontal, que estão fazendo aqui, e tem o vertical. É o vertical. Peguei um vídeo agora do Japão, todo mundo na normalidade. Você tem que pegar o idoso e isolá-lo, com hotéis ou em casa. Pô, cada filho cuida de seu pai, do seu avô, poxa. Não quer que eu contrate uma pessoa para cuidar de cada idoso, é impossível. Eu não sei a massa de idoso que tem no Brasil, são alguns milhões”, afirmou.
Ele voltou a criticar ainda que as medidas restritivas impostas por alguns governadores no combate contra o vírus, pode ser ainda pior do que a própria doença. “Olha, quem está são, o risco é quase zero. O problema é acima de 60 anos ou quem tem algum problema de saúde. É isso. E agora o mal, né, que teremos depois com esse tipo de tratamento, isolamento horizontal, será muito maior do que vem acontecendo com vírus no momento. É uma realidade. Alguém acha que dá para ter zero mortes?", questionou.
O presidente também citou a própria mãe para falar sobre a doença. "Tem essas pessoas que se não tivessem acometido o vírus também teriam morrido. A gente lamenta, ninguém quer enterrar o ente querido, ninguém quer. A minha mãe vai fazer daqui a pouquinho 93 anos. Está magrinha, tem seus problemas. Ela está numa situação bastante complicada, qualquer coisinha que der nela, uma gripe qualquer, ela pode ser fatal. Lamento”.
Perguntado se seria possível isolar apenas a população de risco, Bolsonaro disse que é dever da família cuidar e que a população não pode deixar tudo nas costas do Estado. “Você quer que eu faça o quê? Eu tenho poder de pegar cada idoso lá e levar para um lugar e "ó, fica aí, tá aqui uma pessoa para te tratar". É a família dele que tem que cuidar dele em primeiro lugar, rapaz.
"O povo tem que deixar de deixar tudo nas costas do poder público. Aqui não é uma ditadura, aqui é uma democracia. A família em primeiro lugar. Este foi o discurso que me elegeu, inclusive. Os responsáveis pela minha mãe de 92 anos são seus meia dúzia filhos. Nós que somos responsáveis pela minha mãe no momento. Em último lugar, se não tiver ninguém, daí coloca num asilo, o Estado, seja quem for”, concluiu.
Correio Braziliense