A ex-repórter da Band, Bruna Drews, afirmou em suas redes sociais que teria sido “induzida” a dizer que mentiu sobre a acusação de assédio feita por Datena. Na época, ela chegou a assinar uma carta em que afirmava ter inventado o assédio.
De acordo com Bruna, o documento assinado por ela própria, não condiz com a realidade. “Eu não menti. Fui induzida e mal orientada a assinar um documento que não condiz com a realidade. A verdade é que meu processo de assédio sexual contra o apresentador inexplicavelmente foi arquivado.
”A repórter afirmou que nunca chegou a testemunhar no caso. “Não houve investigação policial, meu depoimento não foi colhido e nenhuma testemunha foi ouvida. A Justiça não me permitiu brigar pelos meus direitos." Ao dizer que foi induzida, Bruna disse que não sabia as consequências do caso. ‘“Fui induzida a fazer um acordo. No entanto, não estava totalmente consciente das consequências cíveis e criminais de declarar fatos que não aconteceram”, escreveu em suas redes.
Bruna afirma em seu texto que os fatos aconteceram, porém ao “assumir” que ela teria inventado, estava se “poupando” à própria saúde mental. “Os fatos aconteceram como eu havia declarado inicialmente, mas a outra parte envolvida conseguiu reverter inexplicavelmente a situação. Assinei tal carta na intenção de recuperar a minha saúde física e mental e enterrar o ocorrido.”
No fim, a repórter falou brevemente sobre feminismo e sobre a dificuldade que as mulheres encontram em apontarem qualquer tipo de assédio. “Mulheres que passaram por isso sabem como é difícil encarar essa briga e vencê-la”, finalizou.
Entenda o caso
No final do ano passado, Bruna confirmou denúncias envolvendo Datena, afirmando que o fato teria ocorrido por volta do meio do ano de 2017.
Segundo as acusações, em uma confraternização com a equipe em um restaurante, Datena teria dito frases como "já bati muita p*** pra você, você nem imagina o quanto" e "é um desperdício você namorar uma mulher, não deve ter conhecido o homem certo".
Posteriormente, o apresentador negou as acusações, afirmando que trata-se de "calúnia" e alegando que a profissional sofreria de problemas psicológicos.
"Ele falou muito que estou delirando, que estou doente, mas eu confirmo todas as informações de assédio que foram publicadas", afirmou Bruna.
Bruna também ressaltou alguns momentos que ocorriam durante suas participações no Brasil Urgente, em que o apresentador falava sobre sua beleza durante as reportagens.
"Já me sentia muito constrangida com o assédio que sofria no ar. Era nítido meu constrangimento, sabe? Meus pais ficavam envergonhados. Mas eu precisava do salário, pagava coisas pros meus pais, tinha que sustentar uma casa, então eu aguentava."
"Quando aconteceu o assédio real, frente a frente, num restaurante, aí eu decidi mesmo que devia procurar a Justiça e denunciar. Procurei um advogado logo depois que esse assédio foi feito."
Após essas declarações, Bruna assinou um documento inocentando o apresentador de TV. Confira a publicação:
Carta aberta a quem interessar : Eu não menti. Fui induzida e mal orientada a assinar um documento que não condiz com a realidade . A verdade é que meu processo de assédio sexual contra o apresentador inexplicavelmente foi arquivado. Não houve investigação policial, meu depoimento não foi colhido e nenhuma testemunha foi ouvida. A justiça não me permitiu brigar pelos meus direitos . A situação se inverteu e acabei processada por calúnia e difamação, mas não tinha condições psicológicas e financeiras para encarar mais esta briga.Fui induzida a fazer um acordo. No entanto, não estava totalmente consciente das consequências cíveis e criminais de declarar fatos que não aconteceram; somente o fiz porque pensei que assim se encerrariam todos os processos. Os fatos aconteceram como eu havia declarado inicialmente mas a outra parte envolvida conseguiu reverter inexplicavelmente a situação. Assinei tal carta na intenção de recuperar a minha saúde física e mental e enterrar o ocorrido. Ontem em uma reunião com meus familiares, que sofrem junto comigo todos os reflexos do ocorrido, decidimos não fugir da luta e acreditar que em algum momento a justiça será feita . Mais uma vez digo: EU NÃO MENTI . Mulheres que passaram por isso sabem como é difícil encarar essa briga e vence-la. Por último , quero deixar claro que não recebi nenhuma compensação financeira para cometer o ato errôneo de assinar a tal carta. Sigo com a minha moral e integridade intactas . Minha consciência está tranquila. Tudo o que eu mais quero é me livrar de uma situação que estava acabando com a minha saúde .
Por: Estado de Minas