Bolsonaro fará o discurso inaugural do debate geral da 74ª edição da assembleia. A abertura do evento está prevista para 9h (10h no horário de Brasília), conforme a agenda divulgada pelo Palácio do Planalto.
Antes do discurso, a programação do presidente brasileiro prevê um encontro com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. À tarde, Bolsonaro tem prevista uma visita ao ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani. À noite, embarca de volta para Brasília.
Ainda no Brasil, Bolsonaro mencionou que jantaria com o presidente norte-americano Donald Trump. Contudo, a informação não constava na previsão de agenda divulgada pelo Planalto.
Bolsonaro chegou a Nova York na tarde de segunda-feira (23), acompanhado de uma comitiva que reuniu, entre outros integrantes, ministros, a primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos cinco filhos do presidente.
Eduardo, que preside na Câmara a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden), foi escolhido pelo pai para ser embaixador do Brasil em Washington. No entanto, a indicação ainda não foi enviada ao Senado, que terá de aprovar o nome do parlamentar.
O presidente viajou uma semana depois de receber alta hospitalar. No dia 8, ele passou por uma cirurgia para corrigir uma hérnia, o quarto procedimento desde que sofreu uma facada no abdômen em 2018.
Bolsonaro viajou com orientação de manter uma dieta leve e de evitar longos períodos sentado no avião. O presidente tem previsão de embarcar de volta para Brasília na noite desta terça.
Discurso
Tradicionalmente, desde 1949, cabe ao representante do Brasil abrir o debate geral da assembleia das Nações Unidas. Chanceleres e presidentes subiram à tribuna em Nova York nas últimas sete décadas.
Com a fala desta terça, Bolsonaro será o oitavo presidente brasileiro a abrir os debates. O primeiro chefe de Estado do país a discursar no encontro foi João Figueiredo, em 1982. Desde então, apenas Itamar Franco não se pronunciou ao menos uma vez na assembleia geral.
Bolsonaro já adiantou que na abertura pretende abordar temas como patriotismo e soberania, a fim de demonstrar ações que o Brasil faz para preservar o meio ambiente, em especial na Amazônia. Ele deverá defender a necessidade de desenvolver a região.
A fala será feita após a crise provocada, em agosto, pela alta das queimadas na floresta. Bolsonaro trocou farpas com o presidente da França, Emmanuel Macron, que deixou em aberto a discussão sobre um possível status internacional na Amazônia.
Bolsonaro trabalhou ao longo da última semana passada no discurso, com auxílio dos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
Na semana passada, Bolsonaro declarou que não vai "fulanizar” ou “apontar o dedo para nenhum chefe de Estado”. Ele afirmou ainda que, vendo discursos de outros presidentes brasileiros na ONU, concluiu que "se falava, falava e não se dizia nada".
Primeira-dama
A primeira-dama Michelle Bolsonaro acompanhará o presidente durante a abertura do debate geral da Assembleia Geral das Nações Unidas.
À tarde, Michelle deverá participar de um evento promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O evento será na Biblioteca Pública de Nova York e trata, conforme o Planalto, do “bilhão excluído da cobertura universal de saúde: crianças e pessoas com dificuldades no desenvolvimento e deficiências”.
Michelle tem atuação em trabalhos sociais, principalmente nos destinados à comunidade de surdos e mudos. A primeira-dama, inclusive, discursou na posse de Bolsonaro em libras (Língua Brasileira de Sinais).
No governo, a primeira-dama preside o conselho do programa Pátria Voluntária, que incentiva ações de trabalho voluntário no país.
Por Guilherme Mazui, G1 — Brasília