Quem vê Fernanda atendendo os clientes com um sorriso no rosto, em uma lanchonete no Centro de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, não imagina a angústia vivida por ela há duas semanas. Dias antes do rompimento da barragem, ela havia pedido demissão da cozinha do refeitório da Vale, onde trabalhava como oficial de serviços gerais. O alívio de não estar na Mina do Feijão no momento da tragédia divide espaço com a dor de perder suas colegas de trabalho. O marido dela, Daniel Eloísio dos Santos, é funcionário da mineradora há 11 anos e saiu do local cinco horas antes do desastre.
“Na terça [22, três dias antes do rompimento], fui devolver as roupas e a gerente insistiu para que eu ficasse. Mas eu pensei na minha filha, se ela precisasse de alguma coisa, eu estaria mais perto de casa no novo emprego”, lembrou Fernanda Costa, de 30 anos, ao G1. De acordo com Fernanda, o clima na cozinha era de muita amizade.