Geraldo e Vera na porta do quarto de hotel para onde foram levados pela Vale — Foto: BBC/AMANDA ROSSI
Da esquerda para direita, Manuel (que está desaparecido), Valda (filha de Vera), a neta de Vanda, uma amiga da família, Vera e Geraldo, em frente do portão da casa que foi destruída — Foto: ARQUIVO PESSOAL
"A barragem rompeu! Vim tirar o senhor daqui", gritou um rapaz pela janela. Veja o vídeo
Era por volta de 12h30. Vera Souza Araújo Vilaça, de 64 anos, tinha acabado de chegar à casa de Geraldo, um senhor de 90 anos, que caminha com a ajuda de um andador. Havia quase dois anos que ela subia, todos os dias, os cerca de 500 metros que separavam sua chácara da de Geraldo, para lhe trazer o almoço, um agrado de vizinhança.
Estava um dia bonito, tranquilo, como a maioria dos dias no Parque da Cachoeira, bairro da zona rural de Brumadinho (MG). A paisagem ao fundo era de um vale muito verde, por onde corria um pequeno riacho. O barulho era o da roça: pássaros, galinhas, vacas, minas de água, o vento que atravessava o vale.
Até que surgiu o rapaz, arrendatário da terra de Geraldo, trazendo o alerta da tragédia. Ele rapidamente carregou o nonagenário para fora dali.
Um ano antes, Geraldo, morador antigo e experiente da região, havia feito uma previsão para Vera, durante as prosas que costumavam seguir a entrega do almoço: "Se um dia a barragem romper, tudo isso aqui vai embora, não vai sobrar nada".
Era por volta de 12h30. Vera Souza Araújo Vilaça, de 64 anos, tinha acabado de chegar à casa de Geraldo, um senhor de 90 anos, que caminha com a ajuda de um andador. Havia quase dois anos que ela subia, todos os dias, os cerca de 500 metros que separavam sua chácara da de Geraldo, para lhe trazer o almoço, um agrado de vizinhança.
Estava um dia bonito, tranquilo, como a maioria dos dias no Parque da Cachoeira, bairro da zona rural de Brumadinho (MG). A paisagem ao fundo era de um vale muito verde, por onde corria um pequeno riacho. O barulho era o da roça: pássaros, galinhas, vacas, minas de água, o vento que atravessava o vale.
Até que surgiu o rapaz, arrendatário da terra de Geraldo, trazendo o alerta da tragédia. Ele rapidamente carregou o nonagenário para fora dali.
Um ano antes, Geraldo, morador antigo e experiente da região, havia feito uma previsão para Vera, durante as prosas que costumavam seguir a entrega do almoço: "Se um dia a barragem romper, tudo isso aqui vai embora, não vai sobrar nada".