Equipe de Jair Bolsonaro quer reduzir tarifas aplicadas a produtos estrangeiros em 57 setores para baixar preços e aumentar competitividade da economia. Medida é polêmica. Críticos dizem que abertura comercial abrupta pode aumentar o desemprego.
Se eleito, o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, pretende promover uma abertura do mercado brasileiro ao comércio exterior. A intenção é reduzir as tarifas de importação de 57 setores, nos 100 primeiros dias de governo, facilitando a entrada de produtos de fora no país. A medida poderia baratear os preços das mercadorias em 5%, em média, e ampliaria a competitividade no país, segundo estudo realizado neste ano pelo governo federal. O tema, porém, é polêmico. Especialistas dizem que uma mudança abrupta pode desaquecer a economia e aumentar o número de desempregados.
A proposta da equipe de Bolsonaro, comandada pelo economista Paulo Guedes, indicado para assumir o futuro Ministério da Economia, se baseia num estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), publicado em março. O trabalho conclui que haveria redução entre 6% e 16% no custo de produtos de setores mais protegidos, como automóveis, maquinário, couro, têxteis e vestuário. O documento frisa que o nível de abertura comercial do Brasil ao comércio global é baixo, alcançando cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB), o que faz do país um dos mais fechados do mundo.