Candidatos no primeiro debate de presidenciáveis da eleição 2018, na TV Bandeirantes (Foto: Kelly Fuzaro/Band)
Oito candidatos à Presidência da República participaram na noite desta quinta-feira (9) de um debate na TV Bandeirantes. O debate durou 3 horas e 13 minutos e terminou na madrugada desta sexta (10).
Por sorteio, os candidatos ficaram posicionados na seguinte ordem (da esquerda para a direita): Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT).
Antes do início do debate, o mediador Ricardo Boechat informou que a organização convidou o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso. Mas ele foi impedido pela Justiça de participar.
Durante o encontro, os postulantes apresentaram propostas sobre emprego, educação, segurança pública, desenvolvimento, juros, aborto, entre outros pontos.
O debate foi dividido em cinco blocos:
Primeiro bloco: questionamento de leitores do “Metro Jornal” e perguntas entre os próprios candidatos.
Segundo e quarto blocos: perguntas de jornalistas do Grupo Bandeirantes.
Terceiro bloco: perguntas entre candidatos.
Quinto bloco: considerações finais.
Jair Bolsonaro (PSL)
Emprego - “A nossa missão aqui é mais que dar esperança para o povo, é dar certeza de que faremos um governo realmente diferente. Nunca integrei o Executivo. Entre outras medidas, o Brasil precisa voltar a fazer comércio com o mundo todo sem o viés ideológico. Precisa agregar valor naquilo que tem não só no subsolo, bem como, no campo. O Brasil precisa ser desburocratizado, é um cipoal de leis que desestimula qualquer um a abrir uma empresa. Tem que ser desregulamentado, todos nós sabemos que o salário no Brasil é pouco para quem recebe e muito para quem paga. A classe empresarial tem dito também, e o que eu vou falar aqui é para perder voto, mas não quero ganhar eleições para não poder governar. Os empresários têm dito para mim que o trabalhador vai ter que decidir um dia: menos direitos e emprego, ou todos os direitos e o desemprego. Eu acredito que com essas medidas iniciais, além de atacar a questão da violência, nós possamos fazer voltar no Brasil o emprego.”
Direitos Humanos e porte de armas - "A violência só cresce no Brasil exatamente porque há uma equivocada política de direitos humanos. O policial civil e em especial o policial militar nunca foram tão desvalorizados, não têm retaguarda jurídica para cumprir seu dever. O cidadão de bem foi desarmado por ocasião do referendo de 2005 [...] e o bandido continuou muito bem armado. Nós devemos fazer com que a vontade popular, por ocasião do referendo, se faça presente em nosso meio e o cidadão possa comprar arma de fogo para sua legítima defesa".
Diferença salarial entre homens e mulheres - "Tem muito local que mulher ganha mais do que homem. Deveríamos então lutar para diminuir o salário dessas mulheres competentes? Repito: o Estado não deve interferir nessa área. Quanto mais o Estado entra, pior fica o negócio no Brasil."
Educação - "Se gasta muito pouco [com ensino básico] levando-se em conta o que se gasta com ensino superior. Tem escolas que foram militarizadas pela nossa Polícia Militar, em especial em Goiás e no Amazonas, bem como temos os colégios militares. Nesta semana, o jornal 'Correio Braziliense' informou que quatro estudantes do Colégio Militar de Brasília foram aprovados em Harvard. Estive em uma escola militarizada no Amazonas e ela foi construída perto de uma comunidade muito pobre e violenta. Então, a hierarquia e a disciplina entrando dentro de uma escola. O percentual da garotada que consegue acesso ao nível superior está muito acima que as escolas públicas e particulares do estado do Amazonas. Então, hierarquia e disciplina têm que se fazer presente porque ao longo do tempo retiraram a autoridade do professor em sala de aula. Então, entendo que restabelecendo autoridade e invertendo a pirâmide de gastos nós podemos atingir o objetivo final que é dar educação de qualidade para a garotada do Brasil."