A fase da infância é provavelmente a melhor de nossas vidas, nela ainda somos inocentes e não somos contaminados com a maldade do mundo. Estou consternado com a tragédia criminosa em Petrolândia – PE, que fez vítima uma criança linda, risonha e cheia de vida. Não quero nem vou lançar discussões de ódio ou autotutela; não vou discorrer sobre leis (nem sobre sua absurda fragilidade e inércia); não tratarei de estatísticas (embora não deixe de sê-la. O “pequenino anjo” não era número; era vida); não quero falar da negligência absurda e torpe da mãe...
Este caso, creio, alterou nossa rotina, nossas conversas, despertou a voz da consciência moral muitas vezes abafada em nós. Quem não fitou para seu filho pequenino e se fez a pergunta: “como pode?!”
Indefesa, PR quantas vezes teve que passar pelas mãos insanas que teriam o dever de proteger? Quanta dor, quanto sofrer, sem sequer saber explicar por palavras o que o corpo já denunciara, o repúdio, o nojo... Ocorre que nem toda criança espera com alegria um beijinho de boa noite. O beijo lascivo, as mãos grandes que a tocaram em nada lembram os atos amorosos e protetores; ao contrário, foram gestos animalescos, dilaceradores, acompanhados de um silêncio angustiante e irracional da vítima contraposto àquele sádico e criminoso agressor.
Sejam quais forem as explicações científicas, psicológicas, psico-sociais, forenses, nenhuma delas servirá para tirar o abusador (pedófilo) do grupo mais abjeto de agressores de que se tem notícia.