Nesta quarta-feira (2), em comemoração ao Dia Nacional da Caatinga, a Universidade Federal Rural de PE (UFRPE ) receberá a climatologista Francis Lacerda, coordenadora técnica do Laboratório de Mudanças Climáticas, do Instituto Agronômico de PE (IPA), para demonstrar novas potencialidades hídricas e alimentares no Sertão a partir do replantio da vegetação nativa associado ao uso da energia solar, que tem se ampliado com o aquecimento planetário. Em outras palavras, a pesquisadora, que lidera uma rede de pesquisadores no país (Ecolume) para estudar estas questões através de um projeto financiado nacionalmente pelo CNPq, tem defendido que através do recaatingamento é possível "plantar água" dentro do semiárido, "comer caatinga" e "irriga-la através do próprio sol".
O evento, que começa às 13h30 e será no auditório da Pró-Reitoria de Atividades de Extensão, contando com demais temas e palestrantes, é uma realização da própria UFRPE, tendo o Comitê Estadual da Reserva Brasileira da Caatinga de Pernambuco (CERBCAA) como um dos responsáveis. "Embora seja o único bioma mundial 100% brasileiro, tendo uma das maiores biodiversidades e a maior população vivendo no seu interior, a Caatinga, por está localizando numa região semiárida e economicamente pobre, continua sendo subjulgada, mas se conservada e havendo seu uso de forma sustentável, seu potencial socioeconômico e ambiental é incrível", diz Rita de Cássia, coordenadora do CERBCAA.
E, curiosamente, um desses potenciais, apesar do advento da mudança do clima que tem elevado as altas temperaturas no Sertão do NE, região que já convive secularmente com a escassez de água, é a possibilidade de "plantar água", como o projeto da Ecolume já começou os estudos e o trabalho de campo na cidade de Ibimirim em Pernambuco. O projeto, que continuará pelos próximos dois anos, será demonstrado por Francis a partir das 14h50 na UFRPE. Embora fale de forma metafórica, ela que também é doutora em Recursos Hídricos diz que é possível alcançar resultados hídricos significativos, atenuando o maior dos problemas da região através do recaatingamento, termo usado para tratar do replantio da vegetação nativa, a qual tem benefícios alimentares e de negócios.