Fotos: Sintape/Divulgação
A triste realidade do IPA
Um investimento em queda anual de 30%, que impacta na assistência às famílias beneficiadas e no trabalho dos profissionais. Situação da entidade será discutida em Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco, no dia 16.
Dados referentes às ações do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), coletados pelo Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Agricultura e Meio Ambiente de Pernambuco (Sintape), confirmam que os investimentos na instituição vêm diminuindo cerca de 30% a cada ano, impactando na pesquisa, extensão rural e infraestrutura dos recursos hídricos. Por falta de recursos e de um olhar mais atento às políticas públicas voltadas à Agricultura Familiar no Estado, milhares de famílias são afetadas. Para se ter uma ideia, o número de ações em pesquisa e desenvolvimento caiu de 400 em 2010 para 145 em 2015. Já a prestação de assistência técnica rural apresentou queda significativa na quantidade de famílias atendidas. Em 2013, o número foi de 111.850 famílias. No ano de 2016, apenas 44.227. Esse cenário negativo vem se acentuando nos últimos anos, provocando temor nos funcionários do Instituto e na população assistida.
A evolução de distribuição de sementes cultivadas é ainda mais desoladora. Saiu de 110.538 toneladas em 2006 para 1.531 toneladas em 2016. Já o orçamento para as ações gerais baixou de R$ 188 milhões em 2014 para R$ 131,8 milhões em 2015. Uma redução de R$ 57 milhões. A diminuição gradual tem refletido na execução de ações que visam o fortalecimento da Agricultura Familiar no Estado. Também reflete na questão salarial. Os trabalhadores do Instituto estão sem reposição há quatro anos, amargando uma defasagem de mais de 23% de perdas, sem contar que 10% dos empregados ganham um salário-base abaixo do salário mínimo. O sindicato porém, não está omisso, e vai lutar para que a entidade volte a ser um centro valorizado e com profissionais respeitados pelo excelente serviço que prestam à população e ao setor agrícola e pecuário deste país. Já a omissão do Governo Estadual é observada nas mais de 180 unidades do IPA espalhadas pelo interior.