Pressionado pela constatação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dificilmente poderá ser candidato a presidente, o PT trabalha com a hipótese de boicotar as eleições de 2018 caso Lula seja impedido pela justiça. A afirmação foi feita por Jaime Amorim, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Pernambuco, em entrevista ao Blog de Assis Ramalho e à Web Rádio Petrolândia.
''Quero aqui fazer duas revelações: A primeira é que vamos transformar as eleições de 2018, não como uma eleição normal, onde apenas se elege candidatos. A eleição de 2018 vai ser um julgamento a um processo histórico contra o golpe. Vai ter apenas dois projetos a ser julgado. Quem é a favor, ou quem é contra o golpe. A segunda revelação, que é a visão do Movimento Sem Terra, da Frente Brasil Popular, é trabalhar a ideia de que a eleição sem Lula é golpe, portanto nós vamos boicotar as eleições. A nossa proposta é não participar de nenhum processo eleitoral em que a democracia não esteja presente'' relatou.
Nesse caso, de acordo com o líder do MST, além de não disputar a Presidência, o Partido dos Trabalhadores também não lançaria candidatos ao Senado ou à Câmara dos Deputados e se dedicaria a uma corrida internacional para propalar o que considera mais uma rachadura na democracia do país.
"O que estamos denunciando é que o impedimento de Lula seria uma fraude nas eleições. O boicote é uma coisa que não está sendo oficialmente discutida ainda, mas vai caminhar para isso se Lula for impedido de ser candidato. afirmou Amorim.
A entrevista foi concedida na última sexta-feira (15), quando Petrolândia sediou o Fórum Social em defesa das águas e do rio São Francisco e contra a privatização da Chesf. O evento contou com a participação da II Caravana Popular pela Democracia.
Embora mantenha o boicote como uma questão aberta, o partido dos Trabalhadores já colocou a tese na rua. Duas frases, repetidas, sinalizam a estratégia: "Eleição sem Lula é fraude" e "Eleição sem Lula é golpe".
O Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, sediado em Porto Alegre, marcou para 24 de janeiro de 2018 o julgamento da apelação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a sentença do juiz federal Sérgio Moro no caso do triplex do Condomínio Solaris, localizado no Guarujá (SP). Em julho deste ano, Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão, por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
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Redação do Blog de Assis Ramalho