Personagem da tragédia que dizimou jogadores, jornalistas e dirigentes de futebol, o coordenador de esportes da rádio Super Condá, Ivan Carlos Agnoletto, poderia ter sido mais uma das vítimas. Quis o destino que ele não embarcasse no voo 2933, da empresa boliviana LaMia, por conta de um documento de identidade antigo, que levou por engano ao aeroporto. O imprevisto fez com que perdesse dois companheiros: Gelson Galiotto e Edson Luiz Ebeliny, conhecido com Picolé. “Meu nome estava na lista de passageiros, tinha credenciamento e tudo. Mas não embarquei, Deus me deu uma segunda chance. Na madrugada do acidente, recebi muitas ligações na minha residência”, contou emocionado.
Desde o dia seguinte ao acidente aéreo, uma palavra tem acompanhado familiares e dirigentes da Chape: reconstrução. Um dos símbolos que traduz essa reestruturação é o Índio Condá, mascote do Verdão do Oeste. A história se confunde com a primeira casa da Chapecoense, que homenageia o líder da tribo dos Kaingang, Vitorino Condá. Segundo a lenda, o cacique teria lutado para que seu povo tivesse direito à terra junto ao governo brasileiro, uma vez que os colonizadores que chegavam à região se apossaram das terras por meio de títulos de propriedade.