Após meses de atrito interno entre PSB e dissidentes, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PE), entregou, nesta quarta-feira (25), por volta das 10h45 de Brasília (9h45 no Recife), ao PSB a carta de desfiliação, sob alegação de “incompatibilidade ideológica, política e programática”. Além do ministro, outros quatro dissidentes – Fábio Garcia (MT), Tereza Cristina (MS), Danilo Forte (CE) e Adilton Sachetti (MT) – deixaram a legenda nesta terça-feira (24). Com isso, a reunião, na sexta-feira (27), que os expulsaria, foi cancelada.
No acordo, a legenda se comprometeu a não pedir os mandatos dos parlamentares, porém não pode se comprometer com os possíveis pedidos dos suplentes. Apesar de a dissidência ser mais ampla, nenhum outro parlamentar está na mira do Conselho de Ética ou anunciou que deixaria a sigla, embora alguns deles estejam negociando migração para outros partidos. O DEM e o PMDB devem ser o destino de alguns dissidentes.
Estes parlamentares insatisfeitos acirraram ainda mais a relação entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o núcleo duro do Palácio do Planalto, do PMDB. O parlamentar reclamou que peemedebistas estariam descumprindo acordos e atropelando articulações do DEM com alguns quadros do PSB. O maior exemplo é o do senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE), pai do ministro Fernando Filho, que estava negociando com o DEM, mas filiou-se ao PMDB, a partir de articulação da cúpula, e gerou desgaste na relação entre os dois partidos.