A representante da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino, participa do debate Mudar o futuro da migração: investir em segurança alimentar e desenvolvimento rural (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Com o devido acesso ao crédito e a terras, as mulheres brasileiras do campo podem ter um aumento de produtividade de 30%, enquanto sua fome pode ser reduzida em 17%. Essa foi a tônica da apresentação da gerente do escritório brasileiro da ONU Mulheres, Ana Carolina Querino, feita hoje (10), em Brasília, por ocasião do Dia Mundial da Alimentação, que será comemorado na próxima segunda-feira, 16.
Ela destacou que, além de não serem oficialmente donas das terras, as mulheres enfrentam “barreiras estruturantes”, como o difícil acesso a ativos como o crédito e outros insumos, que ficam concentrados na mão dos homens.
Segundo Ana Carolina, embora respondam por grande parte do que é gerado no campo, as mulheres ainda não são identificadas como produtoras nem proprietárias de terras. O último Censo Agropecuário, de 2006, evidencia essa desigualdade: enquanto 3 milhões de homens eram apontados como donos de pequenos terras, apenas 600 mulheres tinham tal título. Das 15 mil mulheres que habitavam o campo, de acordo com o levantamento, um terço tinha uma ocupação e era formalmente reconhecida por isso, com a maioria sendo considerada somente um apoio.