Foto: Lúcia Xavier/Arquivo BlogAR
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Organização das Nações Unidas, afirma que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidades e em direitos, dotados de razão e de consciência e devemos agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. Partindo deste princípio, nós que fazemos parte das comunidades: Bem-querer de Baixo, Bem-querer de Cima, Caldeirão e Caxiado, ambas situadas no município de Jatobá-PE, nos sentimos motivados a expressar nossos sentimentos em relação à nossa história de vida, que há muito tempo vem causando dor e sofrimento, desde nossos antepassados até os dias de hoje. Há muito tempo, ouvimos nossos pais relatar que ouviram dos nossos avós a história de opressão vivida por eles e carregamos até os dias atuais. Tendo em vista que as famílias destas comunidades cresceram com a insegurança e a incerteza do futuro incerto de permanecer na sua comunidade de origem, pois nasceram e se criaram nessas localidades.
As soluções para as questões indígenas são necessárias e devem ocorrer, mas, essas soluções não podem gerar o desamparo de centenas de famílias de trabalhadores rurais que, como os índios, vivem na área há centenas de anos, sendo a agricultura o único meio de sobrevivência a qual estão aptos a desenvolverem. Não é justo corrigir um erro, gerando outro. Diante do exposto, acreditando nessa sociedade, em favor da agricultura familiar, é que estamos solicitando uma atenção especial para essas áreas de conflito entre índios e agricultores não “índios” na nossa região, por ser uma situação especial, por tanto, merecedora de tratamento diferenciado dos demais conflitos, envolvendo índios e agricultores não “índios” que vivem em outras regiões do País. Nesse caso, não se trata de fazendeiros que invadiram terras para auto se promover com os benefícios capitais locais, mas sim agricultores que vivem nessas terras desde o seu surgimento. Pessoas que criaram as comunidades, ou seja, não as invadiram e usam suas terras para o seu sustento e vão ser desapropriados sem reassentamento,e a indenização é injusta sem falar dos considerados má Fé que não tem direito a nada.