"A crise pela qual o projeto das UPPs passa também contribui para esse número na medida em que estamos vendo, neste ano, o retorno dos tiroteios e confrontos em regiões nas quais antes eles estavam controlados – ainda que o tráfico de drogas nunca tenha realmente deixado por completo as comunidades nas quais as UPPs foram instaladas. Aliado a isso, que reflete mais na situação da capital – onde se concentra a maior parte das UPPs –, é possível observar um grande espalhamento da mancha criminal para as outras áreas do estado, o que é uma dinâmica nova para o Rio de Janeiro: há poucos anos, a capital concentrava a maior parte dos crimes do estado, o que permitia uma atuação mais concentrada das forças policiais", aponta Carolina Taboada.
A pesquisadora da FGV DAPP alerta que o crescimento dessa mancha é um desafio para a política de segurança pública, tanto para garantir a segurança da população quanto dos seus próprios agentes, que morrem muitas vezes fazendo "bicos". Taboada ressalta que existe o fato de policiais correrem mais risco quando estão na rua pela possibilidade de serem reconhecidos como tal.