
As chuvas abaixo da média nos últimos cinco anos, justifica a ANA, tem sido o motivo principal para a instituição vir autorizando a redução da vazão mínima defluente (água que sai). A vazão de Sobradinho, que começou a operar em 1979, vem diminuindo desde abril de 2013, quando passou a ser menor do que 1,3 mil metros cúbicos por segundo, a vazão ambientalmente correta. E agora, passa a operar com 550 m³/s. De acordo com a ANA, a nova regra vale até 30 de novembro, quando finaliza o Dia do Rio.
O marco, instituído no último dia 20 de junho, estabelece a suspensão da captação d’água no rio São Francisco todas as quartas-feiras, a partir do dia 28, com exceção das indústrias e mineradoras que utilizam acima de 13 horas por dia, que reduzirão em 14% o volume recolhido. O objetivo é preservar os estoques nos reservatórios da bacia do rio São Francisco. A medida é mais um esforço para evitar recorrer ao volume morto de Sobradinho até novembro, quando está previsto o fim do período seco.
Porém, caso não haja a regularidade das chuvas a partir de novembro na região norte de Minas Gerais e Oeste da Bahia, a situação se tornará ainda pior, avalia um dos membros do comitê e reitor da Univasf, Julianeli Tolentino de Lima. “Na realidade, já vivemos grande dificuldade para a manutenção das atividades, especialmente, agrícolas, pesqueiras e de navegação. A falta de chuvas, aliada à diminuição significativa do volume de água em Sobradinho, agravará ainda mais a situação do rio e quem depende dele”, prevê. Hoje, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) abastece 39 municípios no Sertão pernambucano, atendendo cerca de 800 mil pessoas por meio da captação de água do São Francisco.