Em PE, a Secretaria Estadual de Saúde atribui o resultado, entre outros fatores, ao aumento na cobertura da Estratégia de Saúde da Família e ao Programa Mãe Coruja.
Moradora da região do Planalto, em Abreu e Lima, a diarista Numeci Ferreira da Silva, de 52 anos, foi a segunda entre os dez filhos da empregada doméstica Iracema. Um dos irmãos, Marcelo, morreu de meningite com um ano e dois meses e outra, Fátima, foi vítima de sarampo aos dois anos de idade. Há 26 anos, ela própria perdeu um de seus três filhos, Wesley, de um ano e seis meses, por desidratação. “Estava trabalhando e deixei com uma amiga. Quando voltei, à noite, ele estava com infecção intestinal e vomitava. Levei para o hospital, mas não deu tempo de socorrer”, conta.
A história da pernambucana se relaciona com estatísticas que, nas últimas décadas, vêm sendo revertidas de forma gradual em todo o mundo, e de forma ainda mais acentuada no Brasil. Conforme estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) publicado ano passado pela revista científica inglesa Lancet, todas as regiões do planeta tiveram redução de, pelo menos, 50% nas taxas de mortalidades na infância (óbitos de menores de 5 anos por mil nascidos vivos) e infantil (taxa referente a menores de um ano) no período de 1990 a 2015.