"O PMDB é situação em qualquer momento político", afirma sociólogo (Foto: Marcelo Casal Júnior/Agência Brasil)
“Como reagirá este ministério biônico, de um governo sem votos populares, diante do clamor das ruas e dos movimentos sociais? A truculência policial em São Paulo é um mau presságio”, escreve
Luiz Alberto Gomez de Souza, sociólogo.
Eis o artigo.
Começa um ministério com apenas 180 dias certos até agora, numa sexta-feira 13. Para os supersticiosos é um início aziago. Temer começou há um bom tempo, tentando costurar sua equipe. Os meios de comunicação favoráveis a ele falavam ao princípio, de um “ministério de notáveis”. Mas logo se viu, como nunca, um loteamento (
lotizazzione, hábito em certa política italiana), com cargos para atender apetites, sem conseguir totalmente, tanta era a sede por postos na nova coalizão, boa parte da qual migrou, por oportunismo, do governo Dilma. É o problema das políticas de coalizão, com tantos partidos, ávidos de poder. O PMDB é situação em qualquer momento político. Os nanicos procuram espaço. O PPS renegou o velho passado do partidão (que, aliás, foi por vezes oportunista). Entre os políticos favoráveis ao
impeachment, Cristovão Buarque mudou de lado talvez não refeito da maneira como deixou de ser ministro. Marta Suplicy não esconde sua ambição de voltar à prefeitura (afortunadamente, nas pesquisas, Erundina está na frente).