Segundo a pesquisadora Patricia Baleeiro Beltrão Braga, o vírus Zika que está circulando no Brasil é muito mais agressivo do que o isolado em 1947 na África (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) comprovou, experimentalmente, a capacidade do vírus Zika de atravessar a placenta e infectar bebês no útero da mãe. O trabalho, publicado hoje (11) na revistaNature, também mostrou como a infecção afeta a formação do sistema nervoso central dos embriões.
“Esse é o primeiro modelo experimental comprovado que mostra que o vírus é capaz de passar a barreira placentária, atingir o feto, ser albergado no sistema nervoso e, a partir de então, todas as outras repercussões foram observadas”, enfatizou o professor do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, Jean Pierre Schatzmann Peron.
Para os experimentos foram usados camundongos e os chamados minicérebros, modelos do órgão humano elaborados a partir de culturas de células-tronco. Com os animais foi possível observar o comportamento do Zika em relação à, gestante e o filho. A partir dos minicérebros, a ação sobre as células que vão formar o sistema nervoso e até contra neurônios maduros.