Trabalho do doutorando em Farmacologia e Química Medicinal da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Allan Kardec Nogueira de Alencar, foi vencedor do I Prêmio de Inovação do Grupo Fleury (PIF).
Primeiro, surge uma falta de ar depois dos exercícios físicos mais rotineiros, como caminhar um quarteirão. Dificuldade que vai se acentuando e se somando a dores no peito, inchaço nos pés e no abdômen. Os sintomas são bem familiares para quem foi diagnosticado com hipertensão pulmonar, uma condição clínica em que o estreitamento das artérias ou dos vasos pulmonares passa a obstruir a passagem do sangue pelos pulmões. Com esse fluxo dificultado, o coração é obrigado a trabalhar mais e mais para forçar a passagem do mesmo volume de sangue. O que só acontece sob uma pressão mais alta – conhecida como sobrecarga ventricular direita. Mas se a circulação não se dá normalmente, se o sangue não chega aos pulmões em quantidade suficiente, a oxigenação também não alcançará todo o organismo. O que significa que a circulação do corpo inteiro será prejudicada. Com todo esse trabalho extra, o coração fica sobrecarregado. E, a longo prazo, além da dificuldade respiratória, o paciente desenvolve uma insuficiência cardíaca.
“De forma geral, os medicamentos atuais têm uma boa resposta inicial, mas se tornam progressivamente menos eficazes a médio e longo prazo. Assim, à medida que o tempo passa, o paciente não encontra mais melhora com os remédios habituais e seu estado se agrava. O resultado de tudo isso é que a hipertensão pulmonar termina sendo uma doença de alta morbidade e alta mortalidade entre os pacientes”, explica o doutorando em Farmacologia e Química Medicinal da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Allan Kardec Nogueira de Alencar. Ele sabe do que está falando. Recentemente, seu trabalho foi vencedor do I Prêmio de Inovação do Grupo Fleury (PIF), selecionado entre 69 inscritos de importantes universidades brasileiras, justamente por propor uma nova via de tratamento para essa doença. “Ao contrário dos atuais medicamentos, além de vasodilatação pulmonar, o novo candidato a fármaco promove um alto nível de cardioproteção, o que no futuro poderá melhorar o prognóstico e prevenir a morte prematura dos pacientes. E o que é melhor, foi desenvolvido a partir de matéria-prima brasileira”, explica.