A decisão de reduzir ainda mais a vazão dos reservatórios do São Francisco foi desaprovada por algumas entidades presentes à reunião na ANA, que alegaram prejuízos com a nova resolução, entre elas o CBHSF (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) admitiu pela primeira vez a possibilidade de utilizar a água alocada no volume morto da barragem de Sobradinho, na Bahia, caso o capacidade hídrica do reservatório chegue a zero. No sentido de evitar o esvaziamento da reservatório, que sofre os efeitos prolongados de uma estiagem severa de quatro anos, alcançando atualmente um patamar de 2,11% no seu volume útil, a Agência Nacional de Águas (ANA) autorizou nesta terça-feira (07.01), na sede da agência reguladora, em Brasília, o início dos testes de redução para os 800 m3/s da água que é liberada (vazão) pela represa.
Mesmo não defendendo formalmente o uso do volume morto, o diretor geral do ONS, Hermes Chipp, considera que esta retirada de água em Sobradinho, caso se faça necessária, "deverá ocorrer de forma que não comprometa o funcionamento do reservatório, assim como a qualidade das águas que abasteceria a população ribeirinha e os demais usuários da bacia do rio São Francisco”, diz. Para tanto, ele sugere um estudo preventivo que determine os limites de uso desta reserva, que poderá chegar a cinco bilhões de metros cúbicos. A medida de utilização do volume morto foi praticada recentemente no sistema Cantareira, no Sudeste do país, mostrando-se bastante eficaz no enfrentamento de períodos de baixa precipitação.