Perspectivas técnicas questionam a eficácia do mais antigo projeto de infraestrutura hídrica do País, fundamentando-se em pontos que alertam quanto à sobrevivência do maior rio genuinamente brasileiro, hoje debilitado pela forte degradação ambiental que o assola há mais de 500 anos.
Marcada por polêmicas, a obra chega a 77,8% de sua execução tendo o compromisso de sanar, a partir de 2016 – após quatro anos de atraso na entrega e um orçamento que saltou de R$ 4,7 bilhões para R$ 8,2 bilhões –, uma seca crônica que castiga 12 milhões de brasileiros, distribuídos por estados como Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Pernambuco.
Na perspectiva do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), o problema não é mais a sua conclusão, mas, sim, se haverá oferta hídrica suficiente no rio São Francisco para atender às bacias receptoras. “O São Francisco, hoje, é semelhante a um paciente na UTI, que tem que doar sangue e, por isso, lhe tiram o pouco que resta. O rio está morrendo”, lamenta o presidente da entidade, Anivaldo Miranda.