"Quando a Igreja é morna, fechada em si mesma, também muitas vezes mercantil, não se pode dizer, que é uma Igreja que ministra, que está a serviço, mas sim que se serve dos outros”, advertiu o Papa.
Enquanto seguem os trabalhos para desenredar as tramas do Vatileaks 2.0, escândalos e lutas de poder que envolvem figuras eclesiásticas, o Papa Francisco insiste em seu “não” à “dupla vida” de bispos e padres. Os bispos e os padres são chamados a representar uma Igreja a serviço do próximo, não uma Igreja “mercantil”. Por isso, o Pontífice chamou atenção para os “carreiristas, apegados ao dinheiro”, que tanto mal fazem ao Povo de Deus, além de provocar tristeza e desilusão. ARádio Vaticano publicou um resumo da homilia matutina na Capela da Casa Santa Marta, na qual o Papa refletiu sobre duas figuras de servos que são apresentadas pela liturgia do dia (de 06 de novembro).
A reportagem é de Domenico Agasso Jr e publicada por
Vatican Insider, 06-11-2015. A tradução é de André Langer.
O Papa Francisco desenvolveu sua homilia em torno das duas figuras de servos apresentados pelas leituras do dia. Em primeiro lugar, aparece a figura de Paulo, que “se doou todo ao serviço, sempre”, para acabar em Roma “traído por alguns dos seus” e terminando por ser “condenado”. De onde vinha a grandeza do Apóstolo dos Gentios, pergunta-se o Pontífice. De Jesus Cristo, e “ele se orgulhava de servir, de ser eleito, de ter a força do Espírito Santo”.
Era o servo que servia, afirmou Francisco, “administrava, lançando as bases, ou seja, anunciando Jesus Cristo” e “nunca parava para ter um lugar vantajoso, uma autoridade, para ser servido. Ele era ministro, servo para servir, não para servir-se”.