Há 60 anos, o Brasil vivia dias explosivos. Em novembro de 1955, os brasileiros assistiram a uma onda de conspirações políticas e militares que culminou em dois golpes de Estado fracassados e dois contragolpes bem-sucedidos.
O Rio, então capital, foi palco de cenas de guerra, com tanques nas ruas e tiros de canhão na praia. No Palácio do Catete, houve uma dança das cadeiras. Numa única semana, o Brasil teve três presidentes — Café Filho, Carlos Luz e Nereu Ramos.
Foram momentos decisivos da história nacional. O Arquivo do Senado, em Brasília, guarda documentos que ajudam a entender o acontecido. Os papéis, que contêm os discursos e as decisões dos senadores, mostram que o Senado teve função ativa no desenrolar dos eventos.
Um dos episódios mais dramáticos ocorre na manhã de 11 de novembro de 1955, quando os fortes do Leme e de Copacabana abrem fogo contra o navio de guerra Tamandaré. A bordo, está Carlos Luz. O presidente acaba de ser deposto, mas não se dobra.
A população, desesperada com os estrondos, estende lençóis brancos nas janelas dos edifícios da Avenida Atlântica. Nenhum disparo acerta o cruzador, e o navio não revida.