As chuvas registradas nos últimos dias em Minas Gerais, ainda não tiveram impacto no levantamento de reservas hídricas do Rio São Francisco, monitorada diariamente pela Agência Nacional de Águas (ANA). O
boletim de acompanhamento divulgado nesta terça-feira (03), estima o volume útil disponível na bacia do São Francisco em apenas 7,95%, em medição do dia 2 de novembro. A situação crítica ainda é em Sobradinho, com apenas 4,15% de volume útil e previsão de cair para menos de 4 a partir de hoje.
No documento CE–Chesf-GRP– 0141/2015. emitido pela Chesf em 30/10/2015, a programação da operação energética para o período 30/10/2015 a 12/11/2015, dos reservatórios de Sobradinho, Itaparica, Apolônio Sales e Xingó mostra tendência de o nível da barragem de Itaparica cair significativamente (ver quadro abaixo). Por enquanto, Itaparica libera vazão à mesma taxa que recebe, por isso tem mantido o volume útil em 10,7%. No entanto, o documento prevê a liberação de volume superior ao recebido pela barragem.
Conversamos com o Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Petrolândia, Marcos Rogério Viana, sobre a situação hídrica do município, especialmente quanto à atuação da Codevasf no perímetro irrigado dos Projetos Barreiras e Icó-Mandantes. A Codevasf já mobilizou ações para instalar estruturas flutuantes em Sobradinho (BA) e em perímetros irrigados de Sergipe e Alagoas. Segundo Rogério Viana, "em Itaparica, por enquanto, apenas [está previsto o] desassoreamento de canais nos Projetos Barreiras e Icó Mandantes.
O secretário informou que o presidente da Codevasf marcou visita ao Projeto Apolônio Sales, mas ainda não veio. "O prefeito Lourival Simões está agendando reunião com a Superintendência para tratar do assunto", acrescentou. Quanto à antecipação de medidas pela Codevasf para mitigar os impactos da redução da barragem, Rogério afirma que "o maior problema [da Codevasf] é falta de recursos. Porém nada justifica a falta de diálogo".
Rogério também se manifestou em relação às ações provocadas pelo Comitê das Águas de Petrolândia junto ao MPF, "O Ministério Público Federal está consultando todos os órgãos com responsabilidades nos assuntos para saber quais providências estão sendo tomadas ou planejadas. Fruto daquele pedido de audiência pública da sociedade civil de Petrolândia. Todavia, o processo é moroso em relação à urgência que o tema requer. A própria sociedade encontra-se apática. É como se não houvesse mais jeito para o problema. Ou ainda, deixar o problema chegar ao extremo para depois buscar as soluções. Não concordo. Em minha opinião é agir antes, para reduzir os prejuízos. Entretanto, sinto falta de um engajamento geral. O assunto é extremamente sério e potencialmente avassalador", finalizou.
Redação do Blog de Assis Ramalho
Com informações da Chesf, ANA e Sedetur/Prefeitura Municipal de Petrolândia