"Para existir com qualidade, a Universidade precisa receber, não os aprovados em vestibulares montados de forma convencional e primária, mas os que tenham durante três anos aprendido a pensar criticamente, para serem indivíduos e cidadãos maduros. Mas o desafio do vestibular faz com que a grande maioria dos pais procurem as escolas que se ajustaram para ser 'cursinhos'", escreve Maria Fernanda Arruda, escritora, midiativista e colunista do
Correio do Brasil, em artigo publicado por
Viomundo, 27-10-2015.
Eis o artigo.
No seu nível inferior, a alfabetização rudimentar permite a leitura e compreensão de títulos de textos e frases curtas, bem como a compreensão de números menores e capacidade para operações aritméticas básicas. Em seguida, a alfabetização básica, que permite a leitura de textos curtos, extrair deles informações esparsas, mas não uma conclusão sobre o que se leu.
A soma dos dois estágios ganha o nome de analfabetismo funcional. No Brasil, em 2005, os dados disponíveis, indicam que ele chega a 68% da população. Como 7% dela é composta por analfabetos, tem-se que 75% dos brasileiros não sabe ler e escrever adequadamente.
Em 2012, o Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa informaram o Indicador de Alfabetismo Funcional(INAF), mostrando 38% dos estudantes universitários são analfabetos funcionais. Esses são números que não surpreendem. Como assim?
É sabido, por exemplo, que menos de 10% dos advogados formados são aprovados em provas de habilitação promovidas pela OAB; e a leitura de uma mostra das provas escritas pelos candidatos deixa claro que em torno de 40% deles é formada por analfabetos funcionais.