Para a OCDE, o Brasil não pode mais fazer uma gestão de crises hídricas, mas, sim, gestão de “riscos”, tendo em vista as previsões de crescimento populacional e econômico, e as mudanças climáticas.
A sensação de que o Brasil é abençoado com abundância de água faz com que se despreze a importância de uma estratégia de longo prazo para a gestão dos recursos hídricos. A conclusão é do relatório Governança dos Recursos Hídricos no Brasil, divulgado hoje (2) pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), produzido em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA).
O estudo analisa a governança e a alocação de águas no país e sugere caminhos a seguir, com base nas estruturas e instrumentos de política que já existem. Segundo o texto, os diversos planos de recursos hídricos em níveis nacional, estadual, local e de bacia hidrográfica são “mal coordenados e não chegam a ser colocados em prática, por falta de dinheiro ou capacidade limitada de acompanhamento e execução”.
A OCDE critica o isolamento de órgãos públicos, o que, segundo o relatório, dificulta a coerência política entre os setores de recursos hídricos, agricultura, energia, licenciamento ambiental, saneamento e uso do solo.