Além de seca e inundações, há aumento da toxicidade da água. Os medicamentos e cosméticos utilizados pela população lançados e dissolvidos pela água e não são retidos pelos sistemas de tratamento hidrológico. Recentemente descobriu-se que estações de esgoto estão acumulando bactérias resistentes aos antibióticos lançados na água, o que representa um problema de saúde pública.
A crise hídrica que algumas regiões do Brasil estão enfrentando atualmente não é um fenômeno atual, mas já vem ocorrendo há muito tempo no mundo e é caracterizada não apenas pela seca e a falta de água em regiões, como o Sudeste do país, mas também por extremos hidrológicos, como as inundações que estão acontecendo na região Sul.
A reportagem é de Elton Alisson, publicada pela Agência FAPESP e reproduzido por EcoDebate, 20-07-2015.
A avaliação foi feita por José Galizia Tundisi, presidente honorário do Instituto Internacional de Ecologia (IEE), em uma conferência sobre gestão de recursos hídricos realizada na quinta-feira (16/07), durante a 57ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Aberta no domingo (12/07), a reunião ocorreu até o sábado (18/07), no campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
De acordo com Tundisi, as crises hídricas, como as observadas no Brasil nos últimos anos, vêm acontecendo em diferentes partes do mundo há séculos e começaram a ficar mais acentuadas a partir da metade do século 20.