Quando a Autarquia Belemita de Cultura, Desportos e Educação – ABCDE e as outras 12 autarquias formalizaram parceria com o governo do Estado de Pernambuco para concessão de 11.000 bolsas de estudo a alunos de ensino superior, ficou acordado que o Governo de Pernambuco passaria a assumir as mensalidades em forma de bolsas que até então eram de responsabilidade dos estudantes. Em outras palavras, nessa parceria, houve apenas uma troca de endereço do responsável pelo pagamento, saíram os alunos e entrou o Estado, sem que houvesse qualquer investimento a mais nas receitas das IES.
Porém, com o início deste novo Governo Estadual, ficou evidente a falta de interesse da Secretaria de Ciência e Tecnologia em dialogar com as autarquias municipais, isso se atribui a mudança de pessoas que demonstram desconforto quanto a nossa presença no cenário do ensino superior do Estado.
É notório que essas pessoas não têm o conhecimento sobre a história das 13 autarquias que há 40 anos tiveram a coragem de levar ao interior do Estado a formação superior e que, sem dúvida alguma, fizeram a verdadeira inclusão social, oportunizando a um total de 22.000 estudantes matriculados e espalhados por todas as regiões do Estado, na sua maioria oriundos de escola pública, acessarem ao ensino superior.
O Governo de Pernambuco concede atualmente 11.500 bolsas do PROUPE às autarquias municipais. Esse repasse provoca, diretamente, nas contas das autarquias, uma dependência financeira do Estado na ordem de 60% do orçamento dessas IES.
No entanto, os constantes atrasos no repasse pelo Estado às autarquias, hoje somam-se 3 meses de atraso, têm causado uma desorganização no orçamento das IES e no cumprimento das obrigações, dando razões suficientes para se concluir que essa parceria já não é mais prioridade nesse governo, sobretudo porque exercemos as nossas obrigações na oferta dos serviços e do ensino aos estudantes, inclusive isentando-os de qualquer incômodo sobre a dívida assumida pelo Estado, porém não executada.